diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: 2020

sábado, 12 de dezembro de 2020

A síndrome do papai Noel

Chegamos ao fim do ano, e consequentemente à data do natal. Com isso, é impossível não nos depararmos com a figura do papai Noel, e sabendo de sua origem pagã, muito se questiona se é certo ou não o cristão se envolver com essa mistura. Contudo, apesar de usar o papai Noel como tema dessa postagem, não é esse aspecto que queremos enfatizar, e sim o princípio relacional que ele transmite, que é fruto de uma cultura de orfandade e egoísmo que existe há muito mais tempo que ele.

Ao analisarmos os traços comportamentais da figura do papai Noel podemos observar o que ele transmite como princípios de vida e de relacionamentos: 


  • Em primeiro lugar ele está na posição de pai, e portanto deveria ser uma expressão de autoridade, compromisso, presença, ser referência e testemunho. Mas apesar de seu título, o que enxergamos é um pai ausente, que passa o ano todo fora, ou seja, não foi presente, não teve compromisso, não foi referência de nada, não foi testemunho de nada, não ensinou nada, não disciplinou, não se envolveu e não participou de nada;


  • Ele se sente no direito de cobrar que “seus filhos” se comportem bem e sejam bons filhos o ano todo, apenas por ter título de “pai”. Mas ele mesmo não deixou testemunho ou referencial nenhum do que é se comportar bem e ser um bom filho. 


  • Então, no fim do ano, ele aparece, para presentear somente aqueles que se comportaram bem. Ou seja, a sua pseudo bondade é segundo o que a criança merece, e não segundo o seu compromisso de amor; ele trata bem os que se comportam bem, e trata mal os que se comportam mal. Como filhos gostam de presentes, ele usa esses presentes para que eles nunca enxerguem o pai ausente, egoísta e sem compromisso que é. Assim consegue, mesmo sendo um péssimo referencial de pai, passar a imagem de bom pai, o bom velhinho. 


E qual é o grande problema nisso tudo? O problema é que essa cultura já foi assimilada, não simplesmente pelas crianças, mas principalmente pelos pais! 


Hoje, a cultura do papai Noel está entranhada nas famílias, como um reforço da cultura da orfandade. Os pais acreditam que a plenitude da paternidade/maternidade se traduz em todos os recursos e bens materiais que podem oferecer aos seus filhos. E os pais que conseguem entender que isso não é a plenitude da paternidade/maternidade tentam compensar seu egoísmo, ausência e falta de compromisso com toda sorte de presentes.



Assim como o papai Noel, são pais que exigem notas boas dos filhos, mas não participam de sua vida escolar. Exigem obediência, mas nem conseguem dizer não aos filhos e ficar firmes nesse não. Querem que sejam obedientes, mas não querem passar pelo processo árduo de ensiná-los a serem obedientes. Exigem certos comportamentos, mas não aceitam mudar a si mesmos para serem referência e testemunho. 

As consequências dos pais serem assim são terríveis para os filhos. Além de assimilar a orfandade (falta de compromisso), esses filhos vão entender que paternidade tem haver com aquilo que se ganha dos pais e não que paternidade é compromisso. Vão entender que só precisam se comportar bem e obedecer para ganhar as coisas, e não que precisam ter princípios de vida. Além da orfandade, esses filhos vão cair no princípio da prostituição, ou seja, tudo que eles fizerem será somente pela motivação de receber algo em troca. E se não houver benefícios, significa que podem viver do jeito que quiserem.


Essa é a síndrome do papai Noel, que tem reforçado uma cultura milenar de orfandade, assolando famílias e a sociedade, contaminado o coração dos pais, pervertendo as relações familiares e destruindo o caráter e princípios da próxima geração (filhos). E vai continuar destruindo famílias até que seja resgatada a verdadeira natureza da paternidade. 


Essa natureza só pode ser resgatada em Cristo, pois Ele é a expressão exata do Pai. “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser...” (Hebreus 1:3). A natureza de Cristo (consequentemente do Pai) é daquele que se doou, se ofertou, se entregou, não fez nada por interesse próprio; é daquele que não viveu para si mesmo, e sim para o outro, assumindo responsabilidades, e até sofrendo o dano, para que as relações fossem curadas e salvas. Se Cristo é assim, o Pai também é. 


Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? (João 14:8-9)


Dentro dessa natureza, Cristo refuta toda essa cultura da orfandade travestida nos dias atuais na figura do papai Noel:


  • Primeiro porque Ele é um Pai presente, que nos prometeu não nos deixar órfãos e nos enviou o Seu Espírito para nos ensinar todas as coisas e testificar que somos filhos de Deus. 

    • “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. E eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês. Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.” (João 14:15-18); 

    • “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Romanos 8:16);

    • “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu disse.” (João 14:26);


  • Além de ser um Pai presente, Ele venceu o mundo, passou por todas as circunstâncias, e não há nada que venha nos pedir que Ele mesmo não tenha passado, sendo assim, Ele nos oferece todo referencial e testemunho de que precisamos;

    • “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo , tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2:5-8)

    • “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. (João 16:33);


  • E por último, Ele não é um Pai que nos trata segundo as nossas competências, erros e acertos. Ele é um Pai de compromisso, de palavra assumida, e vai nos tratar segundo o Seu Amor e propósito para conosco, e não há nada que podemos fazer de bom para que Ele nos trate melhor e não há nada que podemos fazer de ruim para que Ele nos trate pior. Se assim o fosse, Deus seria corruptível, e aí sim estaríamos perdidos.

    • “… não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades.” (Salmos 103:10)


É essa natureza de Cristo/Pai que nos cura como pais dessa cultura de egoísmo (síndrome do papai Noel), de uma vida fundamentada em nossas vontades e carências. Como pais curados, podemos resgatar nossos filhos da perdição, abandono e solidão, ou seja, da orfandade. “Ele converterá o coração dos pais aos seus filhos e o coração dos filhos aos seus pais, para que eu não venha e castigue a terra com maldição.” (Malaquias 4:6)


Por mais que os recursos sejam muito importantes, e os presentes e mimos sejam muito agradáveis, não é por isso que clama o coração dos nossos filhos. Eles clamam por nós, por terem pais de verdade, por compromisso, direção, limites, disciplina, afeto e segurança. Eles não querem papais noéis, eles clamam por papais como Cristo. “A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus.” (Romanos 8:19)

Geraldo Júnior e Valéria Morais

Transformados pela Renovação do Pensamento

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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Santidade ou reputação?!

Uma das coisas mais importantes na vida de um cristão é ter uma fé fundamentada em princípios. Por isso o Senhor nos deu a sua Palavra, para que tenhamos firmeza em nossa caminhada e fundamentos sólidos na construção do nosso propósito. Como já dito em outras postagens aqui no blog, muitos desse princípios se perderam ou foram distorcidos por vários motivos.

Com o princípio da santificação não foi diferente. Hoje quando se fala em santificação, já vem à mente aquela pessoa perfeita, religiosa e que não faz nada de errado, separada do mundo, basicamente um anjo sobre a Terra. Imaginamos que santidade é para se ter uma boa reputação diante de si mesmo e das pessoas e também para agradar à Deus e ser aceito por Ele.


Porém, santificação não é isso, caso contrário uma pessoa religiosa, em perfeita separação de tudo e todos, seria santa, mas não é, porque a santificação tem haver com as relações. A santificação é eu me separar de tudo o que pode me roubar e corromper na relação com meu próximo, para que eu possa estar inteiro para ele, e não em função de mim mesmo. Santificação não tem haver comigo, mas na forma como meu pensamento e/ou comportamento fere ou não os relacionamentos.


Essa foi a diferença da “santidade” dos fariseus e a santidade de Cristo. Os fariseus eram “santos” só pela reputação de serem melhores do que as outras pessoas, e por causa disso se sentiam privilegiados diante de Deus e das pessoas, ou seja, eram voltados para si mesmos. Por isso, Jesus os chamou de sepulcro caiado (Mateus 23:27), pois até tinham uma aparência de santidade, mas por dentro não se importavam com ninguém, só consigo mesmos, eram egoístas. 



Já Cristo, também se separou, não simplesmente do pecado, mas até mesmo do direito legítimo de viver como Deus (Filipenses 2:5-9), para que através da sua obediência e manifestação de sua Natureza, deixasse de ser somente o Unigênito de Deus, mas passasse a ser também o Primogênito do Pai, o primeiro de muitos irmãos (Romanos 8:29). Em sua santidade, Cristo compartilhou conosco sua Natureza, sua própria carne e sangue para nos dar a oportunidade de desfrutarmos com Ele da paternidade do Pai (João 1:12). Ou seja, a sua santidade não foi para si mesmo, não visava seu próprio benefício e reputação, mas sim nos redimir, salvar e reconciliar com o Pai.


Isso é santificação. É enxergar as pessoas. A santificação não é para nós mesmos, e sim para as pessoas. A santificação é eu abrir mão de tudo aquilo que me corrompe e me perverte, para que isso não me impeça de amar e me comprometer com as pessoas, e para que isso não me leve a feri-las de qualquer modo que seja.


Quando em Levítico, o Senhor diz: “Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus.” (Levítico 20:7) a lista que vem logo a seguir fala de comportamentos que ferem ao próximo, que ferem a relação e não simplesmente a nós mesmos.


Assim, por exemplo, um homem se separa da pornografia porque entende que aquilo vai ferir sua esposa, vai fazê-la se sentir muito mal de diversas formas. Então, ele abre mão do seu prazer individual, para viver apenas o prazer compartilhado com aquela que ele assumiu o compromisso. Isso é santificação. 


Uma esposa se santifica quando assume o compromisso de amar e respeitar seu marido todos os dias, deixando de viver de forma independente, dona de si mesma, de impor sua vontade em detrimento da família. Por exemplo: a esposa se santifica quando protege seu marido e sua família da interferência de seus próprios pais (pois isso é uma desonra enorme para o marido), e se preciso for, até mesmo diminui a convivência e leva menos informações de sua casa para eles. Sendo assim mulher honrada, não somente para si, mas para dar testemunho para sua família.


Um pai e uma mãe se santificam quando abrem mão de comportamentos egoístas para cuidarem e ensinarem seus filhos, sendo testemunho vivo para eles. Por exemplo: pais que por amor e compromisso com seus filhos, preferem se separar de certos lazeres para ficar com eles, do que deixá-los com avós, tias, babás e etc para poderem se divertirem de forma egoísta, sozinhos e em “paz”.


Assim, podemos ser testemunho de uma verdadeira santidade, prática, que promove, protege e salva nossa família e nossos irmãos, e não uma falsa santidade, baseada na aparência e que promove apenas nossa reputação. 


Cristo se santificou, não para si mesmo, mas para que n’Ele pudéssemos conhecer o Pai e nos reconciliar com Ele, e assim nos tornar filhos de Deus, do qual Cristo é o Primogênito.


Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta".
Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? (João 14:6-11)

Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Romanos 8:29)


Da mesma forma, hoje temos como propósito nos santificar, não para nós mesmo, mas para que outros também conheçam o Pai pelo nosso testemunho de filhos de Deus. A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus (Romanos 8:19)


“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1:15,16)

Geraldo Júnior e Valéria Morais

Transformados pela Renovação do Pensamento

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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Ouçam os gritos de socorro!!!

Pais, amem seus filhos! Discipline-os! Corrija-os! Eles clamam por isso. Suas bagunças, insistências em fazer algo que não deveriam, é um grito por socorro, um grito por amor, direção, exortação, limites e segurança! É o clamor deles para não se sentirem sozinhos, abandonados e entregues a si mesmos; não serem órfãos de pais vivos! Se eles são insistentes em desobedecer, sejam mais ainda em corrigi-los. Não desistam de corrigi-los, discipliná-los, dizer não, ensiná-los, mesmo que seja “mil” vezes por dia!

Não tentem poupá-los! Eles não querem isso, e por mais que pareça o contrário, eles anseiam por direção, limites, correção e disciplina. Poupá-los pode até ter aparência de amor e bondade, mas não é! “Quem não corrige os filhos mostra que não os ama; quem ama os filhos se preocupa em discipliná-los.” (Provérbios 13:24)


Não cedam a culpa por as vezes não se sentirem bons pais, e tentar compensar isso permitindo que eles façam o que quiserem!  Não cedam por medo deles ficarem chateados e não gostarem de vocês! No futuro eles vão agradecer. Escutem os gritos de socorro de seus filhos! Escutem o clamor deles por segurança e amor! Não entreguem seus filhos à orfandade, as consequências são terríveis! 



Vejamos a história de Eli e seus filhos (1 Samuel 2: 12-34) . Eli foi um bom sacerdote, alguém diligente nos seus afazeres e nas suas obrigações religiosas. Contudo, não teve compromisso com sua família. 


Seus filhos viviam da forma que desejavam, como se não houvessem consequências em viver assim. Comiam as ofertas que o povo de Israel fazia ao Senhor e tinham relações sexuais com mulheres na porta da Tenda da congregação. 


Apesar de serem sacerdotes, os filhos de Eli não viviam como tal. É triste ver que Eli não se importou com os sinais: desobediências, insensatez da juventude, falta de temor com as coisas sérias da vida e rebeldias explícitas de seus filhos. Todos estes sinais eram os gritos de socorro por direção, exortação, limites, disciplinas, compromisso. Os gritos de socorro por amor! Eli escolheu por ele mesmo, pela reputação de ser sempre bem visto diante dos seus filhos (tanto é que o Senhor fala que Eli honrava mais aos seus filhos do que ao Senhor. - 1 Samuel 2:29). Eli sabia das abominações que eles faziam, mas mesmo assim os deixou no sacerdócio. Entregou seus filhos a eles mesmo, os entregou a orfandade. 


Entregues à orfandade eles realmente viveram do jeito que quiseram, e as consequências foram catastróficas. Se entregaram à luxúria, a ganância, ao roubo, a violência e ao desprezo pelas pessoas. O Senhor os chamam de filhos da perversidade, se tornaram uma aberração, uma vergonha e um problema para a sociedade.


No fim, a disciplina do Senhor foi dura: Deus riscou Eli e sua descendência do sacerdócio, o levou junto com seus dois filhos no mesmo dia e a descendência que sobrou iria sofrer consequências terríveis (1 Samuel 2:27-36). Tudo isso a fim de que todo o povo não acreditasse que aquela cultura familiar era aceitável, e viesse a corromper ainda mais a Israel, ficando de exemplo para nós nos dias atuais. 

 

No livro de Timóteo, vemos a descrição de Paulo sobre uma geração ímpia, cujo comportamento coincide exatamente com o perfil dos filhos de Eli, indicando o poder de destruição sobre o caráter que a orfandade tem. 


“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder.” (2 Timóteo 3:2-5) 


A orfandade tem capacidade de transformar os filhos em pessoas egoístas, sempre em busca da própria satisfação, não importando se isso fere aos outros; filhos levados pelo vento, que são facilmente influenciados por qualquer doutrina ou pessoa, bastando apenas um passo para caírem na promiscuidade, violência ou alguma doutrina pervertida. 


Como não foram amados, disciplinados, corrigidos e não aprenderam a obedecer, seu prumo da vida é a sua vontade. Não sabem ouvir um não, nem administrar a frustração, se tornando muito instáveis emocionalmente, ferindo a si mesmos e todos ao seu redor. São pessoas imaturas, inseguras e perdidas, que na vida adulta continuam a viver como criança, fazendo tudo o que querem, acreditando que não haverá consequências. Mas na vida tudo tem consequência, e esses filhos vão sofrer muito ao aprenderem sozinhos aquilo que poderiam aprender com seus pais na infância! 


O Senhor como Pai, testemunha como é um pai que ama e cuida de seus filhos, para que tenhamos o exemplo de como nós também devemos amar nossos filhos:  “pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.” (Hebreus 12:6). É esse mesmo tipo de testemunho e comprometimento (adoção), que ao serem vistos em nossas vidas, têm o poder de salvar ou poupar nossos filhos do abandono e todas as suas consequências.


Vejam só a vida de Timóteo. Ele teve pais que se comprometeram; pais que o disciplinaram, exortaram, ensinaram, direcionaram e principalmente que foram testemunho para ele, e isso o salvou da orfandade e de todas as consequências já descritas aqui. 


“Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus.” (Timóteo 3:14-15)


Assim, amem seus filhos! Não lhes neguem disciplinas, correções, testemunho de serem pais presentes, que negaram a si mesmos para dar futuro e esperança a eles. Ouçam o grito de socorro deles por amor e segurança! Não cedam, não desistam, não os abandonem a eles mesmos!


Geraldo Júnior e Valéria Morais

Transformados pela Renovação do Pensamento

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Mais que vencedor?! Será?!

Muitos conceitos importantes para um desenvolvimento saudável da nossa fé têm sido deturpados pela cultura desse mundo. Por isso a bíblia diz para não nos conformarmos com esse mundo (cultura), mas que sejamos transformados pela renovação da mente.

O conceito bíblico de ser mais que vencedor tem se misturado com o que o mundo entende ser mais que vencedor. A cultura do mundo nos diz que ser mais que vencedor tem haver com aquele que vence sobre os outros, vence circunstâncias e situações. É a pessoa que adquire um bom status profissional e financeiro; uma posição de destaque na igreja; alguém que quanto mais livrado, poupado e protegido, mais se sente e testemunha o quanto é “mais que vencedor”. Segundo o mundo, ser vencedor é aquele que conquista os seus sonhos e planos, e que apesar das dificuldades da vida, nada o detém em suas conquistas e vitórias.



Essa cultura de mundo
, ainda dá o caminho para se chegar a essa vida de “mais que vencedor”, dizendo que é só usar os melhores métodos, ler os livros certos, usar as palavras corretas em sua oração, seguir os passos do sucesso e da vitória, usar as chaves espirituais corretas e pronto, aí você estará acima dos vencedores, ou seja, "mais que vencedor". E se por acaso você não conseguir ou não vencer naquilo que tanto queria, foi culpa sua, pois não creu o suficiente, não orou o suficiente e não seguiu os métodos corretamente.


É incrível como esse pensamento cheio de fardos e misticismo se misturou ao verdadeiro Evangelho. Não que esteja errado a busca por sucesso e conquistas pessoais, mas isso não se encaixa no princípio bíblico de ser mais que vencedor, não foi isso que Paulo quis dizer (Romanos 8:28-39). O que ele disse é que Deus nos predestinou a sermos a imagem de Seu Filho, e assim como Cristo, que não foi poupado, sofrendo o dano por amor a nós, e foi sustentado pelo Pai até o fim, nós também passaríamos por tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada, e seriamos sustentados por Ele para continuar sendo como Cristo na vida dos irmãos; e que nada poderia nos separar desse Amor, desse propósito, de repartir a nós mesmos, nossa própria vida por eles, e as consequências disso resultaria em sermos mais que vencedores.


A vida de Cristo refuta toda essa falsa teologia de “mais que vencedores” baseado nas competências, conquistas e desempenho. Até porque segundo esse pensamento, a vida de Jesus seria um fracasso nos dias de hoje. Vejamos:

  • Jesus não tinha bens materiais para ostentar;

  • Só teve 12 discípulos próximos, sendo que, um o traiu, outro o negou e os outros o abandonaram no momento de sua crucificação;

  • Jesus não era tão bom palestrante motivacional, pois no decorrer do seu ministério, quanto mais Ele falava, mais pessoas deixavam de segui-Lo e menos os discípulos concordavam com ele; 

  • Os jejuns e orações de Jesus não o livraram de todo o sofrimento que viria o afligir (segundo a falsa teologia de hoje, Ele seria rotulado como alguém que não teve fé o suficiente);

  • Foi julgado, condenado e morto como um ladrão, e Ele mesmo foi um péssimo advogado de defesa de si mesmo.


A Bíblia deixa claro que Jesus é mais que vencedor, e Ele o é porque abriu mão do direito de ser igual a Deus, o direito de se impor como Deus através de seu poder (Filipenses 2:6-8), a fim de poder compartilhar conosco seus dons, virtudes, sua carne, seu sangue e sua vida para que pudéssemos conhecer ao Pai, Sua própria natureza e cultura. Literalmente Ele perdeu para que ganhássemos.


Ao sermos a imagem de Cristo, segundo sua natureza, podemos também abdicar dos direitos e sofrer o dano para que outros testemunhem do verdadeiro Amor; podemos não escolher por nós mesmos em favor dos que amamos, e assumir o compromisso de ser testemunho, de compartilhar nossa vida, tempo, dons, virtudes, recursos e até mesmo perder para que eles também conheçam esse grande Amor que nos salva. Ao manifestarmos essa natureza de Cristo seremos mais que vencedores.


“Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8:37).

Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento

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terça-feira, 21 de julho de 2020

Graça x falsa "graça"

“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente”. (Tito 2:11‭-‬12)


Na vida cristã, muitos de nós aprendemos um conceito incompleto, e por isso equivocado sobre graça. Aprendemos que graça é o favor imerecido de Deus. Em certo ponto, não está errado, mas é incompleto. Realmente, não há nada que possamos fazer para sermos mais ou menos amados por Deus, pois não recebemos sua graça e amor por causa de obras humanas, muito pelo contrário. Jesus morreu por nós quando ainda éramos inimigos de Deus (Romanos 5:10).


Mas esse entendimento não traduz plenamente o conceito de graça, e ainda dá margem para enganos muito perigosos.


Diferente do que muito tem sido ensinado, a graça não é simplesmente para saber que mesmo miseráveis somos amados e abençoados. Mesmo o Amor de Deus sendo incondicional, sua Graça não é para que tenhamos paz de vivermos do jeito que quisermos. “Portanto, o que vamos dizer? Será que devemos continuar vivendo no pecado para que a graça de Deus aumente ainda mais? É claro que não! Nós já morremos para o pecado; então como podemos continuar vivendo nele?" (Romanos 6:1-2). Até porque o padrão da cultura do Reino de Deus é muito alto. Não é à toa que o Senhor nos diz que é melhor arrancar um olho do que ter um olhar impuro (Mateus 18:9); que os tímidos não entrarão no Reino de Deus (Apocalipse 21:8); e chamou os religiosos de sua época, que até tinham uma aparência de santidade, de filhos do diabo (João 8:44). Então, definitivamente, a graça não é para dizer que está tudo bem viver do jeito que quisermos.



A graça é exatamente o testemunho e princípios da natureza de Cristo, que nos ENSINAM,  EDUCAM, e por isso nos salvam dessa vida miserável e das iniquidades desse mundo, que já se
tornaram parte de nossa cultura e que muitas vezes nem percebemos; que nos salva dessa cultura egoísta e perversa, que diz que podemos viver entregue as vontades e paixões mundanas, sempre em busca de satisfazer o próprio ventre. 

Como diz a passagem em Tito, só é graça se ela nos ensina, nos educa a uma vida justa e piedosa segundo a natureza de Cristo. Graça só é graça quando nosso caráter, mente e coração são transformados enquanto desenvolvemos nossa salvação. “Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras.” (Tito 2:14). E os sinais que seguem quem aceita a Graça de Deus são as boas obras, um povo remido e puro, que entende a responsabilidade de ser testemunho e referência para as gerações, de ser luz no mundo e sal dessa terra.

Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento

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terça-feira, 14 de julho de 2020

O Ciclo do Filho Mimado

A formação saudável do caráter dos filhos depende de duas manifestações em sua vida: a natureza materna e paterna. A falta, omissão ou perversão de qualquer uma dessas duas naturezas acarretará em um grave vazio e deformação de princípios na vida dos filhos. 


De forma resumida, em uma família saudável, a mãe é aquela que supre as necessidades dos filhos, que os sustentam em suas maiores fragilidades e imaturidades. É a proteção do útero, do colo, o sustento do leite materno, e aconchego emocional. A mãe é quem gera o ambiente nutridor, consolador. É aquela que edifica e administra o ambiente familiar. (Pv. 14:1) Através dela aprendemos a receber e depender, e isso é extremamente importante, pois nos ajuda no nosso relacionamento e dependência do Espírito Santo.  


Mas isso é só a metade do que os filhos precisam para a formação saudável do seu caráter; pois chega um momento em que os filhos precisam entender que a vida não está só no “peito”, no “leite” e em receber. Isso tudo é importante, mas tem um tempo limitado na vida de cada um, porque é preciso crescer, e entender que o propósito da vida está em se doar, se compartilhar, ter responsabilidades. 


O pai é exatamente aquele que vem para romper com esse ambiente onde o filho só recebe. É ele quem gera no filho o entendimento de identidade e propósito. É ele quem provém o ambiente para que o filho se conheça, se descubra em suas capacidades, dons e talentos. É ele quem proporciona direção e limites. É o pai também que, amando a sua esposa, e se entregando a ela como Cristo amou a Igreja, quem gera segurança para que sua esposa seja uma mulher que edifica o lar. E é esse testemunho que vai imprimindo no filho esse caráter de Cristo, daquele que entende que a vida não está só em receber, ser nutrido e alimentado, mas que a vida está na responsabilidade, no assumir compromisso com os seus, em se doar e se compartilhar. 


Assim, pelo testemunho de seus pais, com cada um desempenhando e compartilhando as virtudes inerentes a sua própria natureza (materna e paterna), vai sendo impresso na vida do filho, fundamentos e princípios necessários para que ele possa edificar a sua vida e cumprir o seu propósito.


Numa família, não existe concorrência sobre quem é mais ou menos importante, relevante. Cada um tem seu papel fundamental que precisa ser exercido com muito amor. Deus fez homem e mulher, (Gn 1:27 e 2:24) unindo-os para que segundo a natureza de cada um se completem e se tornem como um. Quando todos manifestam sem corrupção a sua natureza, temos uma família saudável. Portanto, é importante entender a estrutura dada por Deus para a família, e a consequência disso sobre a segurança emocional desta família, e na formação do caráter dos filhos. 


Quando a Bíblia diz que o homem é o cabeça da mulher, e da família (Ef. 5:23), isso não está se referindo a privilégios, muito pelo contrário. Está falando daquele que se comprometeu porque entendeu que o seu propósito é compartilhar virtudes e sua própria vida; é proporcionar o ambiente seguro, inspirador, diretivo e saudável físico e emocionalmente, para que a esposa tenha tudo o que precisa para desempenhar a sua natureza, e para que os filhos possam se desenvolver em seus princípios e caráter de forma sadia. Ou seja, ser cabeça não fala de direitos, mas de responsabilidades, de negar a si mesmo, e se doar e se compartilhar pelos seus.


Quando o homem não entende isso, e constitui família achando que pode ou tem o direito de viver do jeito que quiser, se inicia um processo que compromete toda a estrutura da família, gerando medo, abandono, insegurança, e destruição de valores, princípios e fundamentos dentro do relacionamento familiar.


O comportamento do marido egoísta que se vê cheio de direitos para com a esposa é uma tragédia. Uma das coisas que a mulher mais precisa, para desempenhar bem a sua natureza no lar, é a segurança gerada por um marido que entendeu sua responsabilidade e compromisso (Como já dito aqui em outros blogs, esse compromisso vai muito além do compromisso financeiro). Esta segurança precisa ser sentida exatamente como a Igreja se sente segura do amor de Cristo, que se entregou completamente para que ela tenha todos os recursos para cumprir o seu propósito (Ef 5:25). 


Então, a mulher que não enxerga esse comprometimento no seu marido, sente extrema insegurança e medo. Se sente vulnerável e abandonada, e a partir daí muitas veem como única saída forçar a segurança em si mesmas, tentando compensar a omissão do marido. É assim que surge a famosa "Jezabel", a mulher controladora, manipuladora e autoritária. Ela assume o lugar vazio deixado pelo marido (egoísta, omisso e passivo) para tentar impedir todo sentimento de insegurança e medo. 


Mas para a mulher, esse comportamento é como usar um band-aid em um câncer. Não só não resolve, pois não é sua natureza, como ela vai se sentir cada vez mais ferida e desonrada, insegura, solitária, frustrada, e vai tentando ser cada vez mais controladora e manipuladora como forma de camuflar estes sentimentos, e nisso vai se afundando cada vez mais, e se perdendo em sua identidade. 


E os filhos são os que mais sofrem em uma situação assim. Pois diante de um pai egoísta, passivo e omisso, o filho nunca vai conseguir transitar da posição daquele que aprende a receber e depender (através da mãe), para a posição daquele que se oferta, que compartilha, que vai, que se emancipa (através do pai). 


A esposa continua com a necessidade de segurança. Mesmo com o seu comportamento controlador e manipulador, ela não consegue suprir essa necessidade que deveria ser oferecida por seu marido. A natureza da mulher continuará sendo de suprir, nutrir, edificar, administrar o lar; mas agora essa natureza estará contaminada, por causa do seu comportamento controlador e manipulador, e em sua busca por segurança, ela vai usar a sua natureza (suprir, nutrir, edificar, administrar) para manipular e controlar os filhos a sempre viverem em função dela, para que de alguma forma, ela sinta a segurança que deveria vir do seu marido.


Na sua insegurança, a mãe passa a fazer tudo o que os filhos querem, nunca os disciplinando, confrontando ou corrigindo, não os deixando crescer, os poupando das consequências, fazendo tudo no lugar deles e se sujeitando a todas as suas vontades. Ou seja, na sua insegurança, a mãe “seduz” mimando seus filhos a entenderem que a vida é receber privilégios e não ter responsabilidades. Que a vida gira em torno deles, que a vida é fácil, que tudo é para eles, que eles não podem ouvir não, que a vida não possui limites, que as atitudes, escolhas e comportamentos não possuem consequências, e que todas as pessoas devem ser para eles como sua mãe, e viver em função deles. Porque se os filhos entenderem que a vida é assim, eles desejarão viver desta maneira, em uma eterna dependência de sua mãe e vivendo em função dela, para que eles sempre tenham todos os seus “favores”; e de certa forma, ela vai conseguir colocá-los no lugar do pai, para que assim, pelo menos sinta uma pseudo segurança de ter alguém por perto, presente, mesmo que seja às custas da destruição de fundamentos, princípios e emoções da vida dos filhos. 


O pai também mima os filhos quando, para preservar o seu conforto, seu estilo de vida e suas vontades egoístas, prefere se poupar ao invés de se desgastar para ensinar aos filhos sobre responsabilidade, limites, direção e disciplinar se for preciso. Muitas vezes, por crer que como provedor financeiro, já cumpriu todo o seu papel de pai, entrega seus filhos a si mesmos para viverem do jeito que quiserem. 


É assim que se nascem filhos mimados!
Filhos que aprendem que o sentido da vida está em si mesmos. Isso traz terríveis consequências para o caráter e a forma de pensar desses filhos, os quais manifestam essas características mesmo depois de entrarem na fase adulta:


  • Filhos mimados se tornam pessoas extremamente egoístas, crendo que a vida gira em torno de si mesmos. São eternos consumidores. Vivem sempre na perspectiva do que eles vão ganhar. São aqueles que quando surge uma situação, a primeira coisa que pensam é: “ O que eu ganho com isso?!” 


  • Só sabem se relacionar na perspectiva do benefício;


  • São cheios de direitos e justiça própria. Tudo de difícil e ruim que acontecer, eles se sentem injustiçados;


  • Filhos mimados creem que não podem ser contrariados, tudo tem que ser do seu jeito, ao seu tempo, segundo a sua vontade; caso contrário dão birra e ficam emburrados (mesmo na fase adulta);


  • São emocionalmente instáveis, não tendo controle sobre seus temperamentos. Se algo grave ou não, os contrariar, eles terão comportamentos explosivos e agressivos (que seria a manifestação da birra na fase adulta) como forma de manifestar sua contrariedade. Essa instabilidade emocional pode resultar em comportamentos extremamentes violentos. 


  • Não suportam ouvir um não. Afinal quase tudo lhe foi permitido quando criança, e suas birras e emburros foram correspondidos. São esses filhos que na fase adulta violentam, espancam ou até matam as namoradas/esposas porque ouviram um não delas. 


  • São esses homens que se casam, e se frustram com sua esposa, porque na verdade não querem ser um marido e ter uma esposa, mas sim, querem que sua esposa seja como sua mãe, e ele um eterno filho, e que sua esposa viva em função dele. É dentro dessa frustração que se tornam machistas, e desonram e humilham suas esposas, e quando veem que não vão conseguir o que querem, as abandonam;


  • Não aceitam passar por processos, são imediatistas, se poupam de tudo, não querem se desgastar, só querem o resultado. Assim como quando criança, época em que era só chorar para já vir o “leitinho”, acreditam que a vida também é assim, que a cada necessidade precisam ser supridos imediatamente; dentro desse pensamento não pensam duas vezes quando veem uma oportunidade de burlar os processos, se preciso até envolvendo alguma propina;

 

  • As filhas que se tornaram mimadas por causa do testemunho de seus pais, no futuro tendem a procurar por maridos parecidos com seu pai, ou seja, descomprometido, passivo, para que sejam dominadoras e controladoras assim como a sua mãe, e assim dificilmente vão conseguir saber o que é ter segurança e ser realmente amadas; 


  • Essas filhas quando se tornam mães, tentarão passar esta responsabilidade para alguém (avó, tia, escola, babá, e às vezes até mesmo para o próprio filho), pois se sentem no direito de serem poupadas, se sentem no direito de viver suas vidas de forma egoísta, omissa e passiva. 


  • Essas filhas mimadas ao se casarem com homens mimados como seus pais, também se tornarão mães com natureza corrompida, mimando e seduzindo seus filhos, repetindo o comportamento, repetindo o ciclo;


  • Esses filhos (mimados) terão um relacionamento extremamente difícil com Deus. Isso porque eles buscarão em Deus a mesma natureza corrompida que os mimou, mas Deus é Pai. E como Pai, Ele não mima. Como Pai, Ele envia, ensina, não poupa dos processos, não poupa das consequências, não faz nada que é responsabilidade do filho fazer. O Pai ensina, traz entendimento e emancipa para que o filho cresça, desenvolva e manifeste a sua própria natureza de acordo com a natureza Cristo. E isso para o filho mimado é o mesmo que o inferno. Ele não entende como o Deus Todo Poderoso não pode fazer por ele o que ele tanto quer, porque se fosse a sua mãe, ela faria. No livro de Jeremias vemos exatamente isso. O povo de Israel estava corrompido, cheio de maldades e injustiças porque era seduzido por uma falsa mãe (Rainha dos céus). Acreditavam que poderiam viver do jeito que quisessem sem ter nenhuma consequência, e ainda prosperar. Se tornaram tão mimados e obstinados em seguir seus próprios caminhos, que rejeitaram explicitamente o amor, direção e os caminhos do Senhor, mesmo sabendo de todas as consequências. No fim, para salvá-los daquela terrível iniquidade, tiveram que sofrer uma severa disciplina de Deus, pois o Pai disciplina ao filho que ama (Hb 12:6). Ou seja, quem escolhe viver e permanecer nesse comportamento mimado, vai ter um relacionamento muito frustrante com Deus, porque Ele NUNCA vai ser como a falsa mãe. 


"Nós não daremos atenção à mensagem que você nos apresenta em nome do Senhor!

É certo que faremos tudo o que dissemos que faríamos: Queimaremos incenso à Rainha dos Céus e derramaremos ofertas de bebidas para ela, tal como fazíamos, nós e nossos antepassados, nossos reis e nossos líderes, nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém. 

Naquela época tínhamos fartura de comida, éramos prósperos e em nada sofríamos. Mas, desde que paramos de queimar incenso à Rainha dos Céus e de derramar ofertas de bebidas a ela, nada temos tido e temos perecido pela espada e pela fome".

E as mulheres acrescentaram: "Quando queimávamos incenso à Rainha dos Céus e derramávamos ofertas de bebidas para ela, será que era sem o consentimento de nossos maridos que fazíamos bolos na forma da imagem dela e derramávamos ofertas de bebidas para ela? " (Jeremias 44:16-19)


  • Filhos mimados tendem a gerar filhos mimados. É uma natureza corrompida que tende a se repetir nas próximas gerações, se transformando em um ciclo de lares e famílias feridas, traumatizadas, frustradas, inseguras e destruídas. 


O Senhor como Pai, sempre nos chama para nossas responsabilidades e compromissos tanto com relação a nós mesmos, como com relação a próxima geração. Ele não fará por nós, mas fará através de nós


Aos filhos, enquanto na inocência de criança, ficam sujeitos à autoridade dos pais. Por isso são tão vulneráveis a qualquer ensinamento e testemunho vindo deles. Mas, mesmo os filhos sendo os entes mais frágeis na família, não serão eternas vítimas. Como Pai, Deus permitirá que sofram as consequências por seu comportamento mimado, para que entendam que esse não é o caminho da Vida. E uma vez conhecendo a Cristo em sua verdadeira natureza, poderão ter seus princípios e caráter moldados por Deus através de processos, para que sejam salvos desse ciclo de perversão.


A mulher também não é mera vítima nessa tragédia familiar, e mesmo que sua busca por segurança seja legítima, isso não lhe dá o direito de se tornar esposa autoritária, controladora e manipuladora. Muito menos uma mãe que mima seus filhos, para que eles se sintam em dívida e responsáveis por lhe trazer ao menos uma sensação de segurança.  Isso na verdade é uma injustiça enorme, pois seus filhos, pelo menos quando crianças, são inocentes, e confiam cegamente que tudo que sua mãe os ensinam é bom e para o seu bem. Na Bíblia, a mesma passagem que diz que a mulher sábia edifica o lar, também diz que com suas próprias mãos, ela o destrói (Pv 14:1). Em sua posição de mulher sábia, sua responsabilidade é comunicar ao marido como ela se sente no relacionamento, se mantendo no seu “lugar” de auxiliadora idônea, esposa e mãe. Assim ela trará luz e esperança ao relacionamento. 


Contudo, o maior peso de responsabilidade por toda essa perversão no relacionamento familiar é do homem, porque ele é o cabeça. Isso não fala de direitos, mas de responsabilidade. Um homem que não conhece ou não quer conhecer a sua identidade de homem, marido e pai é a RAIZ  desses males familiares.


Graças a Deus, por Cristo Jesus nosso Senhor, que nos deixou um testemunho vivo do que é ser um homem. Como Filho de Deus, nos ensina a sermos filhos, com noivo da Igreja nos ensina a sermos maridos e como expressão exata do Pai nos ensina a sermos pai. Em Cristo, qualquer homem pode ser livre de toda ignorância e perversão do que é a sua verdadeira identidade e natureza.


Um marido que conhecendo a sua origem de filho de Deus, entende que o propósito da sua vida não é se entregar às suas paixões mundanas, mas sim entregar-se ao compromisso de amor assumido com sua esposa, provendo a segurança que ela tanto precisa. É isso que tem o poder natural de impedir ou redimir toda essa perversão de caráter e relacionamento na família. Qual cristão se sente inseguro do Amor de Jesus? É impossível! E Cristo mandou que o marido ame a sua esposa como Ele Amou a Igreja e se entregou por ela. A esposa precisa ver que, quando assentados à mesa, o marido só come quando tem certeza de que todos estão servidos. (Isso é um princípio que serve para todas as áreas do relacionamento familiar.) Que os dons, talentos e virtudes dele são compartilhados para edificar a todos, e não para satisfazer a si mesmo. A esposa precisa ver que o marido não entrou no casamento cheio de direitos por ser o “cabeça”, mas sim cheio de responsabilidade, não para ser servido, mas para servir, não para ser o primeiro, mas ser o último. Aí sim, na medida da sua entrega, ele será a autoridade e direção para a esposa e toda a família, exatamente como Cristo.


Por causa desse testemunho do marido, a esposa terá o ambiente estável, seguro e saudável para também testemunhar sua natureza segundo Cristo. Como consequência da manifestação plena da natureza de um pai segundo Cristo e da natureza da mãe segundo Cristo, os filhos terão todo o suporte para desenvolver a sua natureza e identidade segundo Cristo.


Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento

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