diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: novembro 2020

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Santidade ou reputação?!

Uma das coisas mais importantes na vida de um cristão é ter uma fé fundamentada em princípios. Por isso o Senhor nos deu a sua Palavra, para que tenhamos firmeza em nossa caminhada e fundamentos sólidos na construção do nosso propósito. Como já dito em outras postagens aqui no blog, muitos desse princípios se perderam ou foram distorcidos por vários motivos.

Com o princípio da santificação não foi diferente. Hoje quando se fala em santificação, já vem à mente aquela pessoa perfeita, religiosa e que não faz nada de errado, separada do mundo, basicamente um anjo sobre a Terra. Imaginamos que santidade é para se ter uma boa reputação diante de si mesmo e das pessoas e também para agradar à Deus e ser aceito por Ele.


Porém, santificação não é isso, caso contrário uma pessoa religiosa, em perfeita separação de tudo e todos, seria santa, mas não é, porque a santificação tem haver com as relações. A santificação é eu me separar de tudo o que pode me roubar e corromper na relação com meu próximo, para que eu possa estar inteiro para ele, e não em função de mim mesmo. Santificação não tem haver comigo, mas na forma como meu pensamento e/ou comportamento fere ou não os relacionamentos.


Essa foi a diferença da “santidade” dos fariseus e a santidade de Cristo. Os fariseus eram “santos” só pela reputação de serem melhores do que as outras pessoas, e por causa disso se sentiam privilegiados diante de Deus e das pessoas, ou seja, eram voltados para si mesmos. Por isso, Jesus os chamou de sepulcro caiado (Mateus 23:27), pois até tinham uma aparência de santidade, mas por dentro não se importavam com ninguém, só consigo mesmos, eram egoístas. 



Já Cristo, também se separou, não simplesmente do pecado, mas até mesmo do direito legítimo de viver como Deus (Filipenses 2:5-9), para que através da sua obediência e manifestação de sua Natureza, deixasse de ser somente o Unigênito de Deus, mas passasse a ser também o Primogênito do Pai, o primeiro de muitos irmãos (Romanos 8:29). Em sua santidade, Cristo compartilhou conosco sua Natureza, sua própria carne e sangue para nos dar a oportunidade de desfrutarmos com Ele da paternidade do Pai (João 1:12). Ou seja, a sua santidade não foi para si mesmo, não visava seu próprio benefício e reputação, mas sim nos redimir, salvar e reconciliar com o Pai.


Isso é santificação. É enxergar as pessoas. A santificação não é para nós mesmos, e sim para as pessoas. A santificação é eu abrir mão de tudo aquilo que me corrompe e me perverte, para que isso não me impeça de amar e me comprometer com as pessoas, e para que isso não me leve a feri-las de qualquer modo que seja.


Quando em Levítico, o Senhor diz: “Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus.” (Levítico 20:7) a lista que vem logo a seguir fala de comportamentos que ferem ao próximo, que ferem a relação e não simplesmente a nós mesmos.


Assim, por exemplo, um homem se separa da pornografia porque entende que aquilo vai ferir sua esposa, vai fazê-la se sentir muito mal de diversas formas. Então, ele abre mão do seu prazer individual, para viver apenas o prazer compartilhado com aquela que ele assumiu o compromisso. Isso é santificação. 


Uma esposa se santifica quando assume o compromisso de amar e respeitar seu marido todos os dias, deixando de viver de forma independente, dona de si mesma, de impor sua vontade em detrimento da família. Por exemplo: a esposa se santifica quando protege seu marido e sua família da interferência de seus próprios pais (pois isso é uma desonra enorme para o marido), e se preciso for, até mesmo diminui a convivência e leva menos informações de sua casa para eles. Sendo assim mulher honrada, não somente para si, mas para dar testemunho para sua família.


Um pai e uma mãe se santificam quando abrem mão de comportamentos egoístas para cuidarem e ensinarem seus filhos, sendo testemunho vivo para eles. Por exemplo: pais que por amor e compromisso com seus filhos, preferem se separar de certos lazeres para ficar com eles, do que deixá-los com avós, tias, babás e etc para poderem se divertirem de forma egoísta, sozinhos e em “paz”.


Assim, podemos ser testemunho de uma verdadeira santidade, prática, que promove, protege e salva nossa família e nossos irmãos, e não uma falsa santidade, baseada na aparência e que promove apenas nossa reputação. 


Cristo se santificou, não para si mesmo, mas para que n’Ele pudéssemos conhecer o Pai e nos reconciliar com Ele, e assim nos tornar filhos de Deus, do qual Cristo é o Primogênito.


Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta".
Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? (João 14:6-11)

Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Romanos 8:29)


Da mesma forma, hoje temos como propósito nos santificar, não para nós mesmo, mas para que outros também conheçam o Pai pelo nosso testemunho de filhos de Deus. A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus (Romanos 8:19)


“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1:15,16)

Geraldo Júnior e Valéria Morais

Transformados pela Renovação do Pensamento

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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Ouçam os gritos de socorro!!!

Pais, amem seus filhos! Discipline-os! Corrija-os! Eles clamam por isso. Suas bagunças, insistências em fazer algo que não deveriam, é um grito por socorro, um grito por amor, direção, exortação, limites e segurança! É o clamor deles para não se sentirem sozinhos, abandonados e entregues a si mesmos; não serem órfãos de pais vivos! Se eles são insistentes em desobedecer, sejam mais ainda em corrigi-los. Não desistam de corrigi-los, discipliná-los, dizer não, ensiná-los, mesmo que seja “mil” vezes por dia!

Não tentem poupá-los! Eles não querem isso, e por mais que pareça o contrário, eles anseiam por direção, limites, correção e disciplina. Poupá-los pode até ter aparência de amor e bondade, mas não é! “Quem não corrige os filhos mostra que não os ama; quem ama os filhos se preocupa em discipliná-los.” (Provérbios 13:24)


Não cedam a culpa por as vezes não se sentirem bons pais, e tentar compensar isso permitindo que eles façam o que quiserem!  Não cedam por medo deles ficarem chateados e não gostarem de vocês! No futuro eles vão agradecer. Escutem os gritos de socorro de seus filhos! Escutem o clamor deles por segurança e amor! Não entreguem seus filhos à orfandade, as consequências são terríveis! 



Vejamos a história de Eli e seus filhos (1 Samuel 2: 12-34) . Eli foi um bom sacerdote, alguém diligente nos seus afazeres e nas suas obrigações religiosas. Contudo, não teve compromisso com sua família. 


Seus filhos viviam da forma que desejavam, como se não houvessem consequências em viver assim. Comiam as ofertas que o povo de Israel fazia ao Senhor e tinham relações sexuais com mulheres na porta da Tenda da congregação. 


Apesar de serem sacerdotes, os filhos de Eli não viviam como tal. É triste ver que Eli não se importou com os sinais: desobediências, insensatez da juventude, falta de temor com as coisas sérias da vida e rebeldias explícitas de seus filhos. Todos estes sinais eram os gritos de socorro por direção, exortação, limites, disciplinas, compromisso. Os gritos de socorro por amor! Eli escolheu por ele mesmo, pela reputação de ser sempre bem visto diante dos seus filhos (tanto é que o Senhor fala que Eli honrava mais aos seus filhos do que ao Senhor. - 1 Samuel 2:29). Eli sabia das abominações que eles faziam, mas mesmo assim os deixou no sacerdócio. Entregou seus filhos a eles mesmo, os entregou a orfandade. 


Entregues à orfandade eles realmente viveram do jeito que quiseram, e as consequências foram catastróficas. Se entregaram à luxúria, a ganância, ao roubo, a violência e ao desprezo pelas pessoas. O Senhor os chamam de filhos da perversidade, se tornaram uma aberração, uma vergonha e um problema para a sociedade.


No fim, a disciplina do Senhor foi dura: Deus riscou Eli e sua descendência do sacerdócio, o levou junto com seus dois filhos no mesmo dia e a descendência que sobrou iria sofrer consequências terríveis (1 Samuel 2:27-36). Tudo isso a fim de que todo o povo não acreditasse que aquela cultura familiar era aceitável, e viesse a corromper ainda mais a Israel, ficando de exemplo para nós nos dias atuais. 

 

No livro de Timóteo, vemos a descrição de Paulo sobre uma geração ímpia, cujo comportamento coincide exatamente com o perfil dos filhos de Eli, indicando o poder de destruição sobre o caráter que a orfandade tem. 


“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder.” (2 Timóteo 3:2-5) 


A orfandade tem capacidade de transformar os filhos em pessoas egoístas, sempre em busca da própria satisfação, não importando se isso fere aos outros; filhos levados pelo vento, que são facilmente influenciados por qualquer doutrina ou pessoa, bastando apenas um passo para caírem na promiscuidade, violência ou alguma doutrina pervertida. 


Como não foram amados, disciplinados, corrigidos e não aprenderam a obedecer, seu prumo da vida é a sua vontade. Não sabem ouvir um não, nem administrar a frustração, se tornando muito instáveis emocionalmente, ferindo a si mesmos e todos ao seu redor. São pessoas imaturas, inseguras e perdidas, que na vida adulta continuam a viver como criança, fazendo tudo o que querem, acreditando que não haverá consequências. Mas na vida tudo tem consequência, e esses filhos vão sofrer muito ao aprenderem sozinhos aquilo que poderiam aprender com seus pais na infância! 


O Senhor como Pai, testemunha como é um pai que ama e cuida de seus filhos, para que tenhamos o exemplo de como nós também devemos amar nossos filhos:  “pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.” (Hebreus 12:6). É esse mesmo tipo de testemunho e comprometimento (adoção), que ao serem vistos em nossas vidas, têm o poder de salvar ou poupar nossos filhos do abandono e todas as suas consequências.


Vejam só a vida de Timóteo. Ele teve pais que se comprometeram; pais que o disciplinaram, exortaram, ensinaram, direcionaram e principalmente que foram testemunho para ele, e isso o salvou da orfandade e de todas as consequências já descritas aqui. 


“Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus.” (Timóteo 3:14-15)


Assim, amem seus filhos! Não lhes neguem disciplinas, correções, testemunho de serem pais presentes, que negaram a si mesmos para dar futuro e esperança a eles. Ouçam o grito de socorro deles por amor e segurança! Não cedam, não desistam, não os abandonem a eles mesmos!


Geraldo Júnior e Valéria Morais

Transformados pela Renovação do Pensamento

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