diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: dezembro 2021

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Salvos de que?!

Existe uma crença muito difundida no meio cristão de que as boas novas do Evangelho é que Jesus veio nos salvar do inferno. Não, Jesus NÃO veio nos salvar do inferno! Cristo veio nos salvar de uma vida que com certeza nos levará ao inferno.

Jesus não veio gerar uma multidão de salvos do inferno. Ele veio gerar um povo segundo a Sua Natureza, que seja a manifestação na Terra dos filhos de Deus. “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus“. (João 1:12)


“Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras.”  (Tito 2:11-14)


Quando Jesus começou seu ministério, Ele não falou uma mensagem de que chegou o livramento do inferno, ou o livramento da condenação. A mensagem que Ele proclamou enfaticamente foi: O Reino de Deus é chegado!


“Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. (Mateus 4:17)


“Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.” (Mateus 12:28)


“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:20-21)


O Reino, além de obviamente falar de nosso Rei e Senhor Jesus Cristo, fala também de uma cultura. Todo reino tem uma cultura. E é essa cultura do Reino de Deus que Cristo veio nos revelar através de sua própria vida, para que crendo nela, possamos ser salvos de uma vida que nos levaria ao inferno.  


Em todo Evangelho e na doutrina dos apóstolos vemos incessantemente sendo ensinado a cultura do Reino, uma forma de pensar do Reino, um estilo de vida do Reino, um comportamento do Reino, uma nova cultura de pensamento. São princípios, valores e virtudes materializados pela vida de Cristo, posteriormente obedecido e vivido pelos apóstolos e deixado como testemunho para nós nos dias de hoje.


Já ouvi muitas pessoas dizendo: “Eu creio em Jesus, O aceitei. O importante é que não vou para o inferno, posso viver como quiser!” No entanto, quando analisamos a vida dessas pessoas, vemos que elas vivem um verdadeiro inferno (e não estou falando de tribulações). São pessoas que vivem um inferno emocional constante, são iracundas, violentas, invejosas, amarguradas, ressentidas, orgulhosas e arrogantes; entregues às suas seduções e vaidades. Vivem como senhores de si mesmas. Até tem aparência de piedade e vivem algumas liturgias religiosas, mas no dia a dia só fazem o que querem. 


“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também.”  (2 Timóteo 3:1-5)


Isso sem falar no inferno que essas pessoas fazem na vida das outras. São egoístas, não enxergam as pessoas, as relações, só pensam em si mesmas. Transformam a vida de seus cônjuges, filhos e amigos em um verdadeiro tormento, por causas de vontades instintivas, fúteis e mimadas. Resumindo, a vida da pessoa e de todos que convivem com ela é um verdadeiro inferno…. E então?  Salvo de que? Tudo o que ela deixa é um legado de destruição por onde passa e para as próximas gerações. Pelos frutos conheceremos a árvore….


“Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!” (Mateus 7:17-21)



Sim, Jesus disse que todo aquele que n’Ele cresse seria salvo. “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito , para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). Mas precisamos meditar o que é crer em Jesus. Por que os demônios também crêem (e tremem) e nem por isso são salvos. “Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios creem—e tremem!” (Tiago 2:19). Então esse crer não é simplesmente acreditar que Jesus existiu, ou no que Ele fez, mas esse crer é aceitar para si a Sua mensagem, o Seu Reino, Sua forma de viver, Sua cultura, Seu estilo de vida! É crer de forma a entender que essa cultura que Cristo nos apresentou é a cultura de vida que nos salva! 


É por isso que Cristo disse que quem não crer já está condenado. “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más.” (João 3:18-19). Essa pessoa vai apenas continuar vivendo sua vida de inferno/tormento. Ela não vai ser lançada no inferno, como algo no futuro, já que na verdade nunca saiu dele. Nossa salvação do inferno é agora e não simplesmente futura. Nós saímos agora, como consequência de crermos no Evangelho do Reino, de forma a tomar essa cultura, essa nova forma de pensar para nós, e então encontraremos a tão maravilhosa salvação que o Senhor nos concedeu, afinal Cristo mesmo disse que o Reino de Deus é chegado, então entramos nele agora. 


Crer para a salvação é como a parábola do tesouro no campo. Quem o encontra larga tudo, vende tudo para poder tê-lo, pois entendeu o quanto aquilo é precioso e que aquilo é a salvação que tanto buscava. "O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo.” (Mateus 13:44)


Nós somos salvos pela graça, por meio da fé! “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;” (Efésios 2:8). Sabemos também que a graça nos educa, nos ensina. “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa,” (Tito 2:11-12). E é crer nessa educação (graça) de Jesus, que é a cultura do Reino, que nos salva. A salvação que não transforma nossa forma de pensar e de viver, em algum momento da nossa vida, não é salvação.


A verdadeira salvação é crer desejando para si mesmo o caráter de Cristo, não simplesmente os seus benefícios. Ser salvos do inferno é apenas uma consequência de ser salvo da nossa forma de pensar mesquinha e egoísta.


O Reino de Deus chegou, é agora, não é para o futuro. “Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.”  (Mateus 12:28). “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:20-21). A salvação é para agora. Aqueles que são salvos sempre demonstram frutos de salvação. Claro que existem os tempos de cada um, mas aqueles que de fato foram salvos, vão sendo educados pelo Senhor em Sua nova cultura. “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10)


É por isso que Jesus falou tanto do Reino, porque a salvação é entrar no Reino, ou melhor, é ter o Reino dentro de nós, por meio do seu sangue derramado na Cruz. Ser salvos do inferno é apenas uma consequência natural de não se estar mais no império das trevas (cultura do mundo, cultura de Satanás), mas sim no Reino de Cristo Jesus (Cultura do Reino).


“Ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado, em quem temos a plena redenção por meio do seu sangue, isto é, o perdão de todos os pecados.” (Colossenses 1:13-14)

Geraldo Júnior e Valéria Morais

Transformados pela Renovação do Pensamento

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