diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: 2014

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O Cisco, a Trave e a Arrogância

"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?” (Mateus 7:3) 

Quando julgamos e/ou criticamos alguma pessoa, estamos implicitamente dizendo, que dentro daquele contexto, estamos acima daquela pessoa, somos superiores a ela, não sofremos daquele “problema”, “defeito” ou “falha”; e por isso, nos consideramos no direito de julgar aquela pessoa. Isso significa que na atitude de julgar, elevamos a nós mesmos acima de quem julgamos, e de cima para baixo exercemos o nosso “poder”, nossa “justiça”, a justiça própria. 

Na Bíblia, tem um anjo que caiu do céu exatamente por esse pensamento/comportamento: 
“Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.” (Ezequiel 28:17). 
Você que dizia no seu coração: "Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. 
Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo". (Isaías 14:13-14)
Pois é, julgar ao próximo é exatamente o mesmo pensamento do próprio Lúcifer. Realmente é algo muito sério! 

A arrogância é o fundamento do homem julgando/criticando o homem (obviamente não estou falando da justiça e das leis dos homens). A arrogância separa as pessoas. O arrogante, usa a sua sabedoria (que pode até ser legítima) para gerar mais distanciamento entre ele e quem ele julga não tão sábio, potencializando a diferença entre ele e a outra pessoa. Já o humilde, usa sua sabedoria para aproximar as pessoas, usando essa sabedoria para ensinar a que não é tão sábia, diminuindo a barreira de separação, e gerando aproximação. 

Temos muita facilidade em exercer o dedo acusador, exercer a justiça própria, nos colocando acima, e nos julgando resolvidos, prontos e perfeitos, nem que seja naquela circunstância específica. Quando fazemos isso, Deus nos mostra o nosso problema é até maior, pois estamos expressando toda nossa arrogância: 
"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?” (Mateus 7:3) 
“Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês” (Mateus 7:2). 

Quando julgamos as pessoas, estamos julgando a nós mesmo. 

Jesus Cristo é nossa referência sobre o não julgar: 
"Se alguém ouve as minhas palavras, e não as guarda, eu não o julgo. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo."  (João 12:47)
Se Cristo, sendo plenamente homem, mas também plenamente Deus, não veio para nos julgar, como podemos nos colocar nessa posição? 

Mas é preciso entender que somente não julgando, ainda não refletimos o coração de Deus, e nem somos parecidos com Cristo. Veja que no versículo acima, Jesus também diz que veio para salvar. Mas como nós podemos salvar as pessoas dentro deste processo de não julgar? Podemos fazer isso nos aproximando delas: “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos” (Oséias 6:6). Deus não quer simplesmente o nosso “sacrifício” de não julgar as pessoas por suas imperfeições, falhas, erros e etc, o que Deus quer é que tenhamos misericórdia e compaixão. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lamentações 3:22). Portanto como filhos de Deus, esse é coração que Ele quer que tenhamos em relação às pessoas: não simplesmente um coração que não julga, mas sim um coração que seja infinitamente misericordioso e compassivo, não nos distanciando, mas nos aproximando delas. 

Jesus nos deixou vários exemplos de não julgar e ter misericórdia, entre eles, está o exemplo abaixo: 

E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; 
E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. 
E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? 
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. 
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. 
E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. 
Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. 
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. (João 8:3-11)

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. (Mateus 5:7)


Geraldo Júnior e Valéria Morais 
Transformados pela Renovação do Pensamento

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Deus agradou moê-Lo...



Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre. (Salmo 107:1)
...para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:2 b)

    Confesso que essas duas passagens da Bíblia sempre foram motivos de crise para mim. Sempre cri nelas como verdade absoluta, mas nunca consegui entender plenamente. Era uma luta constante dentro de mim: com tantas circunstâncias duras e difíceis que passamos e tudo que vemos de terrível no mundo versus a afirmação explicita que Deus é bom e sua vontade boa, agradável e perfeita.

    Foi então que entendi que o problema não era a Bíblia, mas o meu conceito errado de bom. Vou tentar explicar isso analisando a bondade de Deus na vida de Jesus segundo a nossa perspectiva de bondade. Se imagine no lugar de Cristo:

    Logo na sua gestação, Jesus já foi de cara rejeitado por seu pai José, que se não fosse o anjo aparecer para José e explicar tudo, ele teria fugido abandonando a noiva Maria grávida de Jesus. Jesus foi rejeitado também pelo seu próprio povo durante todo o seu ministério. O próprio Deus levou Ele ao deserto para ficar sem comer por 40 dias, e ainda enfrentar Satanás. A rejeição de seu povo se transformou em uma trama para matá-Lo, e Deus não fez nada para defendê-Lo. Finalmente sua vida termina, abandonado por todos, sozinho, humilhado, espancado, torturado física e emocionalmente, crucificado numa cruz, e Deus não fez nada, muito pelo contrário, esse era o propósito desde o início. Aí fica minha pergunta: no nosso conceito de bondade, como encontrar “Deus é bom.” em tudo isso?! Impossível.

    Na verdade, a bondade de Deus nessa história, não pode ser vista, na perspectiva do “eu”. Não pode ser percebida na perspectiva do porque Deus colocou Jesus no meio de um povo tão ruim. Mas a bondade de Deus se revela, exatamente na perspectiva do Filho maravilhoso que Deus deu para esse povo tão mal. Que Ele era e tinha exatamente tudo o que esse povo mais precisava: amor, perdão, salvação...

    A bondade de Deus nunca pode ser entendida e vista na perspectiva do porque Deus fez isso comigo, porque Deus me deu essa família, esses pais, irmão, amigos, emprego e circunstância. Mas essa bondade só pode ser entendida na perspectiva de que nós somos a resposta de Deus para as pessoas e circunstâncias. Sempre na perspectiva do outro, e nunca na nossa. Somos como barro na mão do oleiro, para sermos usados segundo o propósito divino. (Jeremias 18:6)

    Mas tem um outro detalhe. Além da Bíblia nos dizer que a vontade de Deus é boa, ela ainda nos diz que ela é agradável. Fazendo se valer ainda o exemplo da vida de Jesus, entendemos que a vontade de Deus é boa na perspectiva de que Ele era o que nós precisávamos; mas como dizer que todo aquele sofrimento de Jesus, foi a vontade de Deus agradável para Ele?!

    O problema está no nosso conceito do que é agradável. Normalmente associamos a palavra agradável a situações imediatas, momentâneas, que podemos desfrutar naquele exato momento. Mas quando Deus diz que sua vontade é agradável, Ele está nos falando do fruto, do resultado. O fruto da vontade de Deus sempre é agradável, mas para se chegar a esse fruto, nem sempre os processos são confortáveis. O Amor de Deus na nossa vida pode se manifestar em várias situações, tanto confortáveis como desconfortáveis, mas sempre será agradável, pois isso fala do fruto, do resultado. Um bom exemplo é a dor do parto. As mulheres sabem o quão dolorido, angustiante e desconfortável é esse processo, mas o fruto é maravilhoso, e no fim todas dizem que valeu a pena. Portanto, todo o sofrimento de Jesus foi extremamente desconfortável, dolorido, humilhante... mas foi agradável a Deus moê-lo (Isaías 53:10) porque o fruto foi maravilhoso! 
Jesus morreu para nos salvar, nos perdoar, nos amar.



   

Muitas vezes, os conceitos e pré-conceitos errados ou incompleto que temos de algumas palavras nos impedem de entender e ter consciência de muitas coisas que Deus quer nos comunicar. Por isso realmente nunca devemos nos conformar com este século, mas buscarmos a transformação do nosso entendimento, e aí sim vamos desfrutar da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:2)


Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
https://renovacaodopensamento.blogspot.com.br/

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Caminhos dos pais, caminhos dos filhos.

“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.” 
(Provérbios 22:6)

Sabemos que quase todas as características que teremos em nossa vida, como: personalidade, caráter, princípios, convicções, crenças e etc, são formadas durante nossa infância e adolescência; principalmente como fruto daquilo que vivemos em casa, ou seja, na família, no ambiente de “segurança”, de “referencial”. Salomão nos ensina um princípio: “Ensina o teu filho o caminho que deve seguir, e mesmo com o passar do tempo não se desviará dele” (Pv. 22:6). Isso significa que seja qual for o caminho que os pais ensinarem aos filhos, estes não se desviarão dele, nem com o passar dos anos, e isso serve para caminhos bons, como os caminhos do Senhor, ou caminhos maus.

 A cultura familiar, cultura dos pais, comportamento, princípios etc, tanto os bons, como os ruins são absorvidos pelos filhos como uma esponja. Quando Salomão nos deixa o princípio de ensinar nossos filhos o caminho, esse ensino não é através de palavras somente, mas principalmente pelo exemplo. Não adianta falar (só adianta se for coerente com o que a pessoa vive), os filhos vão aprender o que eles estão vendo. É por isso que vemos tantas situações em que os filhos repetem tanto as coisas boas como as más que os pais praticam. Repetem por esse ser é o lugar comum para eles; foi o que eles viram e aprenderem desde a gestação.

Nos livros de Reis e Crônicas na Bíblia, vemos os reis repetirem os comportamentos iníquos de seus pais, e conseqüentemente repassarem aquilo para os seus filhos e para o povo de Israel. Os reis repetiram os erros de seus pais pela falta de referencial próximo a eles quando seu caráter estava em formação.

Isso se vê de diversas formas em nossas vidas, por exemplo: pense no filho que viu a vida inteira o pai (ou a mãe) alcoolizado, sair dirigindo com a família toda dentro do carro, colocando-os em risco. Esse filho não terá muita dificuldade de fazer o mesmo com sua futura família, não por maldade, mas por causa do que ele aprendeu com seu pai. A mensagem que o pai desse filho deixou em seu coração, é que é mais importante a diversão do que a segurança da sua família. Na maioria das vezes isso é absorvido de forma inconsciente. Quando adulto, o filho até tenta fugir desse comportamento, tem consciência de que isso é ruim, mas esse é o seu único e mais forte referencial, o pai (ou mãe), portanto não sabe se comportar diferente (nunca viu dentro de casa um comportamento diferente). Então pode até não se manifestar da mesma forma, como no exemplo acima, mas ele colocará a família dele em perigo, em segundo plano em detrimento de sua diversão, exatamente como seu pai fez.
É importante de entender, que não necessariamente a cultura transmitida significa um comportamento repetido literalmente, mas sim uma forma de pensar que se repete. Neste exemplo, o ensinamento não é colocar a família em perigo dentro do carro com o pai (ou mãe) bêbado, mas sim o egoísmo transmitido, a iniqüidade transmitida neste caso, é a forma de pensar de que seus interesses estão à cima da segurança e bem estar da família.

Outro exemplo são os pais que nunca estão disponíveis para os filhos, seja por excesso de trabalho, estudo, atividades religiosas, lazer, televisão, jornal e etc. Esses filhos um dia cansarão de tentar acesso aos pais e entenderão que todas essas outras atividades são mais importantes do que eles. Quando crescerem e tiverem suas famílias muito provavelmente se tornarão pais egoístas e desatentos à família, pois é o referencial que viram durante toda a vida. Vão entender que família não é tão importante quanto as outras coisas da vida.

Os pais, que acreditam que a família só precisa do seu dinheiro, ensinarão aos seus filhos, de forma inconsciente, que não é preciso ter compromisso emocional, educacional, de segurança, basta apenas trabalhar dia e noite para colocar dinheiro em casa e assim por diante.

Os pais, que acreditam que não precisam de ninguém, têm a tendência de não aceitar ajuda. Seus filhos farão de tudo na vida para não precisar de ninguém, e com isso se tornarão orgulhosos.

Nossos filhos são à nossa imagem e semelhança. A filiação está associada à imagem dos pais nos filhos, e não é possível fugir desse princípio, quer essa imagem (referencial) seja boa ou ruim. Cristo veio revelar o Pai, para que tenhamos o referencial perfeito, a Imagem perfeita e então possamos nos tornar a Sua semelhança, ou seja, sermos parecido com Deus (e não igual). Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome (João 1:12).  Deus sempre quis que o homem fosse sua Imagem e Semelhança (Gn 1:26).

Quando Jesus veio em carne, Ele disse que só falava o que o Pai falava, e só fazia o que via o Pai fazer. “Jesus lhes deu esta resposta: "Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz.” (João 5:19). Ele mesmo disse que quem O via, via também o Pai. “E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.” (João 12:45). Aí está o princípio que Salomão nos ensinou, Jesus aprendeu com o Pai o caminho que devia seguir, e não se desviou dele.

Infelizmente, não temos consciência de muitas de nossas estruturas de pensamentos e comportamentos fora dos princípios de Deus, pois se tornam amalgamados à nossa cultura. Mas é possível sair desse ciclo, que tende a se perpetuar e aprisionar, a nós e a nossa descendência. Existe uma Luz, para expor toda essa iniqüidade oculta.

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”  (Romanos 12:2)


Cristo disse: O Reino de Deus é chegado! Ele é o Rei desse Reino, e esse Reino possui uma cultura, uma nova forma de pensar, de se relacionar, de viver. Cristo nos revelou como funciona esse Reino, e é muito diferente da cultura desse mundo. (Nos outros posts falo mais sobre essas duas culturas). Por isso Apóstolo Paulo nos disse para não sermos conformados com esse mundo, com a forma de pensar desse mundo, tanto dentro do âmbito macro, como no âmbito familiar, mas que sejamos transformados pela renovação do nosso entendimento, para entendermos os verdadeiros princípios, fundamentos e comportamentos que permeiam a vida, os relacionamentos, a família.

A Palavra de Deus diz que quanto mais O conhecermos, seremos transformados de Glória em Glória à Sua imagem. “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.”(2 Coríntios 3:18). Apenas a Luz de Cristo pode nos mostrar essas iniqüidades, é a única forma. Sem essa luz, sem essa exposição nunca enxergaremos, pois é algo tão incrustado em nós, que confundimos com nós mesmos. Conhecer a Cristo é um caminhar paralelo com o se conhecer. É impossível estar exposto à luz dos princípios e fundamentos da Cultura de Cristo e essa luz não iluminar o nosso coração. É nesse momento que ocorre o confronto de culturas, onde aquilo que é iniqüidade vem à luz, e então poderemos nos tornar livres de toda cultura e comportamento que nos aprisionam, ferem e machucam, tanto a nós mesmos como as pessoas com quem convivemos, principalmente nossa família. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)

Por mais que nossos pais falhem em alguns referenciais, nós temos um Pai que se revela em Cristo. Nele podemos ser livres para sermos o referencial de Deus para nossos filhos, e para o mundo. Cristo é a própria cultura dos filhos de Deus. Essa cultura é ser Cristo na nossa família e na vida.



Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
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