diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: 2013

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O que realmente nos torna Cristãos

... quando você entende que a natureza de TODO filho de Deus é ser Cristo: amar, ser oferta em favor das pessoas, ser sacrifício, ser o último, servir... Quando você entende, que Deus é seu Pai, assim como o foi de Cristo, e que Ele vai ser Fiel... mas, Fiel ao Propósito que estabeleceu para a vida de cada um dos Cristos (Natureza) irmãos de Jesus, e por isso mesmo não vai nos poupar, (Rm 8:32-36) vai repartir e compartilhar cada um de nós com as pessoas, assim como fez com Cristo (e isso pode doer muito).

A natureza do Pai é essa: repartir, compartilhar, ofertar (Jo 3:16). A natureza do Filho é ser repartido, compartilhado, ofertado, e deseja isso ardentemente, não consegue viver de outra forma. A essência dessa natureza é fazer a vontade do Pai (Jo 6:38). Quando entendemos isso acontece em nós o choque, o conflito: a nossa natureza de ser inteiro, poupado, protegido, livrado, exaltado, o primeiro, servido, aceito, honrado, reconhecido e etc; com a natureza de Cristo, de um Filho, que é exatamente o contrário, a ponto de morrer se preciso for, para que o outro viva, mesmo que seja seu inimigo. A natureza do Filho não luta pelos direitos, mas em favor das pessoas, se entrega a morte se preciso for (Fp 2:6-8), mas a nossa... até mata para que esse direito seja exercido.

É um conflito violento ser Amado por Deus. Como diz a musica de John Mark Mcmillan, “O Amor de Deus é como um furacão, e nós somos uma árvore...”. Imagina um furacão passando pela árvore: folhas e frutos são arrancados como se fossem nada, galhos são quebrados como gravetos, ela se emborca como se fosse quebrar ou ser arrancadas, e na verdade, algumas são! Muita dor, muita! A vitória da nossa natureza na verdade é uma grande derrota para o Propósito. A vitória da natureza de Cristo é exatamente perder, morrer, ser o último em favor das pessoas (Mt 16:25). Tudo dar errado (aos nossos olhos) pode ser exatamente o cumprimento perfeito do propósito de Deus para nossas vidas. O que pensaram os discípulos de Jesus quando viram aquele que esperavam por séculos, prometido para libertá-los, o Filho de Deus, pendurado numa Cruz?! (Lc 24:17-21) Quem ganhou?!


Se Deus não poupou Cristo, mas antes O entregou por nós, porque iria nos poupar? Por que não iria nos entregar também como oferta, mesmos que soframos muito? O Pai trata todos os filhos de forma igual, e Cristo Jesus é o referencial tanto de como é um Filho de Deus, quanto de como Deus trata os seus Filhos. (Rm 8:32-36)

Deus nos Ama, mas o Amor do Pai não é apenas aquele amor de romantismo que tanto gostamos, e tanto nos afaga. É também o mesmo Amor que Amou Cristo, que nos entrega, nos mói, nos sacrifica, nos leva a crescer, amadurecer, e a Amar também; enfim: chegarmos à estatura do Filho perfeito, Cristo Jesus! (Ef 4:13) O Pai tem pressa com isso, pois o mundo clama, anseia pela manifestação desses Filhos (Cristos)!  (Rm 8:19)


 Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
https://renovacaodopensamento.blogspot.com.br/

quinta-feira, 28 de março de 2013

Diga-me, com quem tu andas?!


Esses dias estava em casa quando vi na internet um dito popular muito conhecido: "Diga-me com quem tu andas, que direis quem tu és!".

Então comecei a meditar sobre isso e me veio à mente que Jesus andou com Judas e com os publicanos Mateus e Zaqueu (que era como se fossem os políticos corruptos de hoje).

Mas Jesus conhecia eles, conhecia Judas, até em relação ao seu caráter, sabia que ele iria traí-lo, e mesmo assim o escolheu, o amou até o fim e o chamou de amigo! Jesus não se preocupava se iria ser influenciado ou se corromper com aquela amizade, nem mesmo se preocupava com o que as pessoas iriam pensar d’Ele por andar com eles. O que Jesus queria nos ensinar, era como um filho de Deus se comporta diante de qualquer tipo de pessoa, e que o Reino de Deus é INclusivo e não EXcludente.

Se nós que dizemos sermos cristãos, e conhecemos a Cristo, decidirmos não andar com determinadas pessoas, por algum receio de sermos influenciados, ou do que as pessoas vão pensar de nós, quando é então que elas vão ter a oportunidade de conhecer os filhos de Deus, e assim conhecer a Cristo?!

Uma pessoa por qual tenho grande estima, certa vez disse que o que uma prostituta (tipo de pessoa muito excluída) mais precisa na vida é se encontrar com um homem de Deus, casado ou não, porque vai ser aí que ela vai ter a oportunidade de saber como um filho de Deus iria tratar ela, exatamente como aconteceu com a mulher de Samaria quando encontrou Jesus.



O mundo clama pela manifestação dos filhos de Deus (Rm 8:19), e o que nos torna filhos de Deus é exatamente a capacidade de Amar e incluir na nossa vida todo tipo de pessoas, inclusive os mais pecadores como os inimigo e perseguidores (Mateus 5:44). Quantas vezes excluímos as pessoas pelo seu caráter e comportamento pecaminoso, pois dizemos que somos cristãos, com princípios, "santos", e que não podemos nos misturar e nos "contaminar" com tais pessoas. Colegas de trabalho e escola, amigos e até familiares são excluídos por esse pensamento. Mas é exatamente agora que eles mais precisam de nós, do referencial, a luz, da manifestação dos filhos de Deus, o Amor com que Cristo nos Amou.

Mas aí podemos dizer, "Mas eu tentei trazer as pessoas para andar no caminho que estou, para ir ao culto, a missa e etc e ela não quis, eu tentei, não excluí ela!". Jesus não mandou nós trazermos as pessoas, Jesus mandou “Ide!” (Mt 28:19). Devemos ir às pessoas, e não tentar trazê-las.

Jesus não foi apenas até a Judas e Mateus como citei acima, mas veio a nós, tão ou mais pecadores do que eles, e por que então agiremos diferente dele?

Quando escutarmos “Diga-me com quem tu andas, que direi quem tu és!”, que sejamos encontrados como Jesus Cristo, que andou, amou e foi até o fim com os pecadores, sendo Filho de Deus e Santo, sem medo de se corromper ou do que as pessoas iriam pensar d’Ele, mas manifestando quem o Pai é, através d’Ele; e é exatamente essa missão que Ele nos deu. Que quando as pessoas olharem para nós, e as pessoas com quem andamos, sejamos encontrados amigo de pecadores, como Jesus foi!

 Geraldo Júnior e Valéria Morais

Editado e Revisado por Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento


sexta-feira, 8 de março de 2013

Salvando os Relacionamentos

Vivemos a cultura da aparência, e em muitas vezes nossa imagem é mais importante do que os próprios relacionamentos. Isso é tão verdade, que quando achamos que não conseguimos passar a aparência (ou auto-imagem) que desejamos, nos sentimos diminuídos, indignos, envergonhados e talvez até humilhados diante daquilo, de forma que a tendência é excluirmos os relacionamentos. Isso acontece porque não queremos conviver com quem nos julga menos do que aquilo que gostaríamos de aparentar. Alguns exemplos clássicos disso que estou falando podem ser a condição financeira, o chamado status social: não conseguir o emprego, as roupas, a casa, o carro, o currículo educacional que queria ter para mostrar para as pessoas e se sentir bem.


Não creio que nos sentir mal diante de algumas dessas situações seja errado, e muitas vezes vamos ser julgados mesmo, vamos ser vistos com outros olhos. Mas quando começamos a excluir, distanciar e isolar das pessoas para nos poupar do constrangimento, vergonha e humilhação, isso se torna um problema.

Cristo não veio ao mundo para salvar a auto-imagem, reputação ou qualquer outra coisa nesse sentido. Ele veio para nos ensinar como um Filho de Deus se relaciona com qualquer tipo de pessoa e em qualquer situação. Na verdade, Ele veio para restaurar os relacionamentos.

E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição. (Malaquias 4:6)

Por isso, querer nos poupar dos relacionamentos, mesmo diante de situações de humilhação e vergonha, fere o propósito de Deus para nossas vidas. Cristo não se poupou em nada nas relações, mesmo sabendo o que iria passar.

Nos tempos de Jesus, todos sabiam que Ele não era filho gerado por José. Jesus sabia ser filho de Deus, mas na opinião das pessoas Ele não passava de um bastardo que ninguém sabia quem era o pai legítimo, e com certeza Ele era zombado, humilhado por isso. Ainda assim, Jesus nunca se omitiu, se escondeu ou se poupou das relações, pelo contrário, foi até o fim.
Há uma passagem em que Pedro quer "ajudar" Jesus, exatamente com o pensamento de auto preservação que permeia a sociedade ainda hoje, mesmo Jesus estando tão disposto a passar por qualquer situação (vergonha, humilhação, dor, e até morrer pelas pessoas) para restaurar os relacionamentos:

E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. (Mateus 16:22)

Ou Seja, Pedro dizia a Jesus: salva-te a Ti mesmo. Mas olha só o que Jesus responde a Pedro, sobre esse pensamento de se poupar nas relações, de se proteger para não passar por nenhuma situação difícil, constrangedora, vergonhosa, humilhante ou dolorosa:

Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.
Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.  (Mateus 16:23-25)

Ao pensamento de se poupar das relações, Deus chama-o de animal, terreno e diabólico (Tiago 3:15). Diante das pessoas, por causa da reputação, auto-imagem e etc, sentir a vergonha, humilhação, dor, creio que até aí tudo bem. Mas quando deixamos de seguir em frente, quando isso compromete os relacionamentos, quando queremos nos poupar, salvar nossa vida, aí sim nós a perdemos. Quem decide amar, perseverar nas relações (independente das circunstancias, mesmo que humilhantes, vergonhosas e constrangedoras), vai sofrer (quem não quiser sofrer, não ame), vai "perder", mas verdadeiramente achará o seu propósito, achará a Vida, e deixará de andar em trevas, para andar na  Luz como diz em 1 João 1:7

'Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado'.

Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O dia em que aprendi...


"E, chegada a tarde, foi com os doze.
E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me.
E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Sou eu? E outro disse: Sou eu?
Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que põe comigo a mão no prato.
Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.
E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele.
E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado." (Marcos 14:17-24)


Vejo esse texto e fico impressionado com a liberdade que Jesus Amava as pessoas. Ele pessoalmente escolheu cada um dos doze discípulos, e sendo Ele Deus, sabemos que Ele conhecia cada um deles, personalidade, caráter, motivações. Sabia que um deles o trairia, um deles o negaria, e os outros o abandonariam, mesmo depois de andarem tanto tempo juntos. Mesmo assim, os escolheu, os acolheu, entrou na vida deles, e deixou que entrassem na sua, os protegeu, ensinou, os amou, sentou na mesa com eles, repartiu o pão com eles, comeu com eles e morreu por eles. Aliás, o que o trairia, sentava-se ao lado de Jesus e comia no mesmo prato (Jesus sabendo ele que era o traidor). Como que Jesus conseguiu isso, sem guardar mágoas, rancor, sem atacar, ferir, julgar, rejeitar, excluir? A resposta é que Jesus não era conveniente. O Amor não é conveniente.


Em nossa sociedade, o quanto temos sido convenientes em nossas relações. Se as pessoas não têm nada a nos oferecer, em qualquer sentido que seja (por exemplo uma pessoa que nos faz rir) nós rejeitamos e excluímos. Ou então só aceitamos ela em nossa vida porque ela tem algo ou certa característica que nos beneficia. Se a pessoa é talvez aquela pessoa "difícil", não tem o perfil e a personalidade que nos agrada, também rejeitamos e excluímos. Se ela tem o potencial de nos prejudicar então, aí ela realmente está morta em nosso coração. Isso acontece todos os dias, e quase de forma natural, aprendemos a ser assim. As pessoas se casam, e tudo dá certo enquanto elas sentem que o outro o está satisfazendo suas expectativas em qualquer coisa, mas quando isso acaba, simplesmente se separam argumentando que a outra pessoa não está mais do jeito que ela queria, se tornou difícil demais. Nessa mesma motivação mudamos de emprego, deixamos de conviver com certos familiares, amigos e muitos outros exemplos. Jesus nos fala sobre isso, e já nos dá o exemplo na situação mais difícil, das pessoas que tem o potencial de nos prejudicar, o que Jesus chama de nossos inimigos.

"Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,
para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.
Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso!
E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!" (Mateus 5:44-47)


O que Jesus está falando é que ser conveniente, qualquer um é, mas o que nos torna filhos de Deus, é a capacidade de amar e não rejeitar e excluir aqueles que não nos trazem benefícios, aqueles que são os "difíceis" (em qualquer sentido), inclusive aqueles que tem o potencial de nos ferir, machucar e prejudicar.

Não creio que é errado escolher as pessoas com quem vamos conviver e nos aprofundar nos relacionamentos, mas que nunca, as nossas conveniências sejam a motivação de aceitar ou rejeitar pessoas em nossas vidas.

Cristo não se relacionava com as pessoas na perspectiva do que elas poderiam oferecer a ele, nem na perspectiva de se elas possuem alguma característica que Ele não goste e muito menos na perspectiva de se elas tem um potencial poder de prejudicá-Lo. Ele é totalmente livre para se relacionar com as pessoas, e amá-Las, pois nunca se relaciona pela necessidade do benefício, e Ele também nunca perde nada nos relacionamentos, nunca se frustra, se magoa, fica ressentido, pois Ele sempre entra nas relações na perspectiva de quem já deu tudo, então não há nada pra ser tirado d'Ele, que possa fazê-Lo se sentir roubado, traído, usado, frustrado. Quando a situação aperta Ele não recorre aos seus "direitos". Por isso Ele é livre pra Amar, porque já deu tudo. Creio que isso que Jesus tem nos ensinado, é como uma pessoa que empresta dinheiro pra outra com o coração de quem dá. Se a pessoa que pegou emprestado pagar o empréstimo um dia, tudo bem, se não pagar tudo bem também, pois no coração de quem emprestou já está dado, essa relação nunca vai ser comprometida.

Particularmente tive que passar por uma situação muito difícil para entender isso. Mas aprendi que enquanto nós julgamos, excluímos e escolhemos quem é conveniente na nossa vida ou não, Jesus nos amou e nos aceitou como nós somos, com todas as características que não Lhe "agradam", não tendo absolutamente nada que O beneficiaria. Ele tem trabalhado pacientemente na minha vida, para que um dia eu possa chegar à medida da estatura perfeita de Cristo ( Ef. 4:13).

Hoje consigo ser grato, pois sei que foi o maravilhoso Amor de Cristo, a Salvação do Senhor na minha vida que gerou aquela situação tão desagradável, mas ao mesmo tempo tão redentora, e que tem me ajudado a ser livre para Amar! 

Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Como destruir nossos filhos...


Muitas vezes nós cristãos lemos a Bíblia, e não damos a atenção necessária à alguns princípios que estão ali. Lemos só no sentido literal, ignorando os ensinamentos, fundamentos e princípios contidos. Entre várias passagens que desprezamos estão as que falam sobre um deus chamado Moloque, porque o que o envolve é absurdo em nossa cultura. Mas infelizmente, o princípio que motiva certos comportamentos continuam vivos mesmo hoje.

Deus abomina a adoração a Moloque, deus dos amonitas (povo que surgiu do incesto das filhas de Ló com seu pai - Gênesis 19:31-37). O detalhe é que esse deus dos amonitas não é servido com qualquer tipo de sacrifício. Ele exige sacrifício de crianças, especificamente dos filhos, da descendência, das gerações futuras, dos herdeiros. Para se adorar este deus, era feita uma estátua dele, tendo em seu ventre uma cavidade, na qual se acendia fogo, e ali se jogavam as crianças ainda vivas (geralmente recém nascidas) em sacrifício à ele. Isso realmente é algo muito forte, e infelizmente quero te dizer que ainda hoje, em nossa cultura, este tipo de adoração é mais comum do que você imagina; talvez não literalmente, mas nos princípios que permeiam esse comportamento.

Vamos entender algo sobre a primeira vez que Deus fala sobre Moloque. No capítulo 18 do livro de Levíticos, Deus ensina à Moisés vários mandamentos, sendo que neste capítulo específico, todos são em relação à área sexual: não é permitido relação sexual com a mãe, irmã, tia, animal, e etc, ou seja, perversões. O interessante é que exatamente no meio desses mandamentos, parece que Deus muda de assunto e diz: "Não entregue os seus filhos para serem sacrificados a Moloque. Não profanem o nome do seu Deus. Eu sou o Senhor" (Levítico 18:21); e depois continua o assunto na área sexual.

No capítulo 20 do livro de Levíticos, acontece praticamente a mesma coisa. Nesse capítulo, Deus explica qual é a punição para os que cometem os pecados do capítulo 18. Deus começa exatamente dizendo a punição que vai sofrer quem sacrificar seus filhos a Moloque: "Diga aos israelitas: Qualquer israelita ou estrangeiro residente em Israel que entregar um dos seus filhos a Moloque, terá que ser executado. O povo da terra o apedrejará" (Levítico 20:2 ); e só depois começa a punição em relação aos outros pecados na área sexual. Porque Deus trata no mesmo contexto, dois assuntos aparentemente tão diferentes? Para responder a isso, precisamos compreender como o povo Amonita foi formado e o que os levou a adorar a Moloque.

 A história dos Amonitas começa com Ló, sobrinho de Abraão, quando ele habitava Sodoma. Deus decretou juízo sobre a cidade de Sodoma e Gomorra, ("porque estamos para destruir este lugar. As acusações feitas ao Senhor contra este povo são tantas que ele nos enviou para destruir a cidade". Gênesis 19:13), cidade que se entregou totalmente aos seus desejos, toda sorte de perversões, inclusive sexual. Vamos deixar claro que o conceito de perversão não se trata apenas da área sexual; perversão abrange todas as áreas da vida. A Bíblia relata um pouco como eram os moradores dessa cidade. Deus mandou dois anjos para retirarem Ló com toda sua família daquela cidade, e o povo de lá queria que Ló entregasse os anjos para terem relações sexuais com eles. (Chamaram Ló e lhe disseram: "Onde estão os homens que vieram à sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos relações com eles". Gênesis 19:5 ). Mas o nível da natureza corrupta dos moradores daquele lugar, inclusive de Ló, era tão grande que Ló propôs entregar suas duas filhas virgens para o povo fazer o que quisesse com elas, no lugar dos anjos do Senhor.  (Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si e lhes disse: "Não, meus amigos! Não façam essa perversidade! Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto". Gênesis 19:6-8 ). Os anjos não permitiram que as filhas de Ló fossem entregues, e protegeram Ló e sua família, tirando-os da cidade, a qual foi destruída pelo Senhor logo em seguida.
Depois de ir para uma pequena cidade, Ló e suas duas filhas foram morar em cavernas. Eles não estavam mais em Sodoma e Gomorra, mas a cultura daquela cidade ainda estavam neles. Prova disso foi o que suas duas filhas tramaram contra Ló:
"um dia, a filha mais velha disse à mais jovem: "Nosso pai já está velho, e não há homens nas redondezas que nos possuam, segundo o costume de toda a terra. Vamos dar vinho a nosso pai e então nos deitaremos com ele para preservar a linhagem de nosso pai. Naquela noite deram vinho ao pai, e a filha mais velha entrou e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou. No dia seguinte a filha mais velha disse à mais nova: "Ontem à noite deitei-me com meu pai. Vamos dar-lhe vinho também esta noite, e você se deitará com ele, para que preservemos a linhagem de nosso pai. Então, outra vez deram vinho ao pai naquela noite, e a mais nova foi e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou. Assim, as duas filhas de Ló engravidaram do próprio pai. A mais velha teve um filho, e deu-lhe o nome de Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje. A mais nova também teve um filho, e deu-lhe o nome de Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje." (Gênesis 19:31-38).
Os adoradores de Moloque são pervertidos porque pensam em si mesmos, mesmo que com isso envolvam seus filhos. As filhas de Ló não pensaram em seu pai ou na iniqüidade que estavam agregando para as gerações futuras. Só pensaram em sua vontade de ter um família a qualquer custo e sem a dependência de Deus. Não creram que Deus era capaz de lhes trazer um marido para gerarem filhos, e tão pouco estavam dispostas a esperar (ao contrário de Abraão). Tudo o que queriam era seu desejo realizado naquele momento.

Entendendo como os Amonitas se originaram, com do incesto das filhas de Ló, conseguimos entender porque no livro de Levíticos, Deus trata da adoração a Moloque exatamente no contexto de várias perversões sexuais. Quando Deus fala de relações sexuais ilícitas, Ele está apontando para vontade e desejo obstinado no coração do ser humano, de satisfazer aquilo que está em seu coração, não importando com o próximo, e nem com nenhuma conseqüência. Quando uma pessoa deseja e tem relação sexual por exemplo com a própria mãe, como cita a Bíblia, você acha que essa pessoa está preocupada com sua mãe, ou com o seu pai, ou com qualquer conseqüência que aquilo pode trazer para sua vida ou a de qualquer outra pessoa envolvida? Claro que não, o que importa naquele momento é o seu desejo e vontade realizada, só isso, custe o que custar. Isso é a obstinação na vontade do coração, não se consegue enxergar o outro, somente a si mesmo. E o que isso tem haver com Moloque, e sacrificar os filhos?  O que Deus está falando é que essa obstinação na vontade do nosso coração coloca os nossos filhos, nossa descendência, as futuras gerações em risco a ponto de destruí-los. A obstinação da vontade humana se torna tão grande, que ele não se importa se a conseqüência da sua vontade realizada, é a destruição de seus próprios filhos.
Em Isaías 57 Deus fala exatamente sobre essa cultura de Moloque dos amonitas para o povo de Israel, e olha só o que Ele diz no versículo 5: "Vocês ardem de desejo entre os carvalhos e debaixo de toda árvore frondosa; vocês sacrificam seus filhos nos vales e debaixo de penhascos salientes. "
É isso que Deus está dizendo: a cultura de viver para nós mesmo, a cultura da obstinação do desejo do nosso coração sacrificam nossos filhos.
No capítulo 7 do livro de Atos, os líderes religiosos da época prenderam Estevão após tramarem dizendo que ele estava blasfemando, sendo isso mentira. Então o sumo sacerdote pediu explicação à Estevão sobre aquelas acusações. Em defesa Estevão fez uma explanação desde Abraão até os profetas dizendo tudo o que Deus fez pela nação de Israel e toda obstinação do povo em não seguir ao Senhor, e sim suas próprias vontades. Em meio a explanação, diante de tantos deuses que o povo de Israel seguiu em sua obstinação, Estevão cita no versículo 43 exatamente o deus dos amonitas, Moloque:
"Ao invés disso, levantaram o santuário de Moloque e a estrela do seu deus Renfã, ídolos que vocês fizeram para adorar! Portanto, eu os enviarei para o exílio, para além da Babilônia."
Ainda nesse contexto Estevão expõe a explicação de Deus de porque o povo agia dessa forma, até ao ponto de destruir sua própria descendência, seus próprios filhos:
"Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo!" (Atos 7:51)

Esse é o motivo do povo de Israel chegar ao ponto de mesmo conhecendo ao Senhor e seus mandamentos, seguir o deus Moloque, e entregar seus filhos em sacrifício a ele. A obstinação da vontade do coração!

Um dos reis de Judá, o rei Acaz chegou a esse extremo. Sua obstinação pelos seus caminhos foi tão grande, que ele mesmo sacrificou alguns de seus filhos no fogo. ("Queimou sacrifícios no vale de Ben-Hinom e chegou até a queimar seus filhos em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas." 2 Crônicas 28:3).
O Senhor explica porque Acaz chegou a esse ponto de sacrificar seus próprios filhos. A Bíblia diz que Acaz era um rei mal aos olhos de Deus. Por causa de todas abominações que cometeu inclusive a citada anteriormente, o Senhor entregou ele e a nação de Judá nas mãos de um de seus inimigos, o rei da Síria (2 Crônicas 28:5). Mas Acaz era tão voltado para si mesmo que em vez de refletir sobre seus caminhos, sobre a obstinação do seu coração ele teve uma idéia: se dispôs a sacrificar aos deuses do rei da Síria, do povo de Damasco que o havia derrotado, pois pensou que como esses deuses estavam ajudando seus inimigos, talvez se ele sacrificasse à eles, ajudariam ele também. (2 Crônicas 28:23). O que ele quis dizer com essa atitude era que ele estaria disposto a fazer o que fosse preciso para que o seu reinado, seus planos, sua vontade não fosse perturbada, e que se realizasse como propôs no seu coração, não importando o como e nem as conseqüências. Por isso ele chegou ao ponto de sacrificar seus filhos no fogo, ou seja, à Moloque.


O triste disso tudo, é que essa cultura, essa adoração ao deus dos Amonitas existe ainda hoje, e em muitas de nossas vidas. Quando nós escolhemos por nós mesmos, por satisfazer as nossas vontades e desejos a qualquer custo, sem se preocupar com ninguém, nem com conseqüências, colocamos a nossa descendência, a próxima geração, nossos filhos em sérios riscos de destruição. Vou citar alguns exemplos de como fazemos isso, e a maioria das vezes nem percebemos. Fazemos isso por exemplo quando colocamos nossa família no carro, e dirigimos embriagado, porque não aceitamos pegar um táxi com a família ou abrir mão da bebida nem pelo fato de dirigir depois. Quando não aceitamos abrir mão de vícios como por exemplo o cigarro, durante a gravidez e infância dos filhos. Pais que escolhem pelo aborto porque decidem pelo próprio benefício. Mas esses são apenas exemplos que podem chegar realmente à morte física, mas os sacrifícios de nossos filhos vão muito além disso.
Dentro da obstinação da nossa vontade, que destrói nossos filhos, existe também o abandono. Famílias que se desfazem porque não conseguem abrir mão de seu ego, seus prazeres, suas vontades, não conseguem amar, sofrer o dano, perdoar, pedir perdão, se sacrificar em prol daqueles que amam, e abandonam seus filhos, permitindo que se tornem órfãos não só de pais e mães, mas também de referências. São crianças adotadas pela orfandade, pelo abandono. Importante entender que não é necessário haver separação física da família para haver esse abandono. À medida que escolhemos por nós mesmo, estamos sacrificando aqueles que estão à nossa volta, principalmente família e filhos.
Pais extremamente carentes, que criam os filhos para satisfazer suas debilidade emocionais. Pais ausentes e omissos, pois preferem continuar suas vidas como tinham planejado, do que gerar segurança, educação, princípios não só de palavras, mas principalmente de comportamento (que os filhos vêem todos os dias).  
Existem muitos outros exemplos, e você mesmo deve saber de um. A verdade, é que vivemos em uma geração que vive para si mesmo, obstinada naquilo que está em seu coração, para satisfazer seus desejos e vontades, e isso está destruindo a nossa descendência, a próxima geração, nossos filhos, de diversas formas, podendo chegar até a morte física com certeza. Uma geração que confessa Deus como Senhor de suas vidas e famílias, mas na prática, oferece todos os dias seus filhos em sacrifício a Moloque, porque julgam que não vale a pena abrir mão de seus interesses promíscuos, perversos, corruptos e egoísta por aqueles que Deus colocou em nossas mãos, nossos filhos.

"Construíram o alto para Baal no vale de Ben-Hinom, para sacrificarem a Moloque os seus filhos e as suas filhas, coisa que nunca ordenei, prática repugnante que jamais imaginei; e, assim, levaram Judá a pecar". Jeremias 32:35

O que Deus está querendo nos ensinar é que os interesses da família são a frente dos nossos, mesmo que isso sacrifique muitas das nossas vontades, e que não traga nenhum benefício próprio aparente. Exatamente como o próprio Deus, que nos amou primeiro através de seu Filho.

Geraldo Júnior e Valéria Morais
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