diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: fevereiro 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O dia em que aprendi...


"E, chegada a tarde, foi com os doze.
E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me.
E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Sou eu? E outro disse: Sou eu?
Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que põe comigo a mão no prato.
Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.
E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele.
E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado." (Marcos 14:17-24)


Vejo esse texto e fico impressionado com a liberdade que Jesus Amava as pessoas. Ele pessoalmente escolheu cada um dos doze discípulos, e sendo Ele Deus, sabemos que Ele conhecia cada um deles, personalidade, caráter, motivações. Sabia que um deles o trairia, um deles o negaria, e os outros o abandonariam, mesmo depois de andarem tanto tempo juntos. Mesmo assim, os escolheu, os acolheu, entrou na vida deles, e deixou que entrassem na sua, os protegeu, ensinou, os amou, sentou na mesa com eles, repartiu o pão com eles, comeu com eles e morreu por eles. Aliás, o que o trairia, sentava-se ao lado de Jesus e comia no mesmo prato (Jesus sabendo ele que era o traidor). Como que Jesus conseguiu isso, sem guardar mágoas, rancor, sem atacar, ferir, julgar, rejeitar, excluir? A resposta é que Jesus não era conveniente. O Amor não é conveniente.


Em nossa sociedade, o quanto temos sido convenientes em nossas relações. Se as pessoas não têm nada a nos oferecer, em qualquer sentido que seja (por exemplo uma pessoa que nos faz rir) nós rejeitamos e excluímos. Ou então só aceitamos ela em nossa vida porque ela tem algo ou certa característica que nos beneficia. Se a pessoa é talvez aquela pessoa "difícil", não tem o perfil e a personalidade que nos agrada, também rejeitamos e excluímos. Se ela tem o potencial de nos prejudicar então, aí ela realmente está morta em nosso coração. Isso acontece todos os dias, e quase de forma natural, aprendemos a ser assim. As pessoas se casam, e tudo dá certo enquanto elas sentem que o outro o está satisfazendo suas expectativas em qualquer coisa, mas quando isso acaba, simplesmente se separam argumentando que a outra pessoa não está mais do jeito que ela queria, se tornou difícil demais. Nessa mesma motivação mudamos de emprego, deixamos de conviver com certos familiares, amigos e muitos outros exemplos. Jesus nos fala sobre isso, e já nos dá o exemplo na situação mais difícil, das pessoas que tem o potencial de nos prejudicar, o que Jesus chama de nossos inimigos.

"Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,
para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.
Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso!
E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!" (Mateus 5:44-47)


O que Jesus está falando é que ser conveniente, qualquer um é, mas o que nos torna filhos de Deus, é a capacidade de amar e não rejeitar e excluir aqueles que não nos trazem benefícios, aqueles que são os "difíceis" (em qualquer sentido), inclusive aqueles que tem o potencial de nos ferir, machucar e prejudicar.

Não creio que é errado escolher as pessoas com quem vamos conviver e nos aprofundar nos relacionamentos, mas que nunca, as nossas conveniências sejam a motivação de aceitar ou rejeitar pessoas em nossas vidas.

Cristo não se relacionava com as pessoas na perspectiva do que elas poderiam oferecer a ele, nem na perspectiva de se elas possuem alguma característica que Ele não goste e muito menos na perspectiva de se elas tem um potencial poder de prejudicá-Lo. Ele é totalmente livre para se relacionar com as pessoas, e amá-Las, pois nunca se relaciona pela necessidade do benefício, e Ele também nunca perde nada nos relacionamentos, nunca se frustra, se magoa, fica ressentido, pois Ele sempre entra nas relações na perspectiva de quem já deu tudo, então não há nada pra ser tirado d'Ele, que possa fazê-Lo se sentir roubado, traído, usado, frustrado. Quando a situação aperta Ele não recorre aos seus "direitos". Por isso Ele é livre pra Amar, porque já deu tudo. Creio que isso que Jesus tem nos ensinado, é como uma pessoa que empresta dinheiro pra outra com o coração de quem dá. Se a pessoa que pegou emprestado pagar o empréstimo um dia, tudo bem, se não pagar tudo bem também, pois no coração de quem emprestou já está dado, essa relação nunca vai ser comprometida.

Particularmente tive que passar por uma situação muito difícil para entender isso. Mas aprendi que enquanto nós julgamos, excluímos e escolhemos quem é conveniente na nossa vida ou não, Jesus nos amou e nos aceitou como nós somos, com todas as características que não Lhe "agradam", não tendo absolutamente nada que O beneficiaria. Ele tem trabalhado pacientemente na minha vida, para que um dia eu possa chegar à medida da estatura perfeita de Cristo ( Ef. 4:13).

Hoje consigo ser grato, pois sei que foi o maravilhoso Amor de Cristo, a Salvação do Senhor na minha vida que gerou aquela situação tão desagradável, mas ao mesmo tempo tão redentora, e que tem me ajudado a ser livre para Amar! 

Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
https://renovacaodopensamento.blogspot.com.br/