diHITT - Notícias Transformados pela Renovação do Pensamento: Como destruir nossos filhos...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Como destruir nossos filhos...


Muitas vezes nós cristãos lemos a Bíblia, e não damos a atenção necessária à alguns princípios que estão ali. Lemos só no sentido literal, ignorando os ensinamentos, fundamentos e princípios contidos. Entre várias passagens que desprezamos estão as que falam sobre um deus chamado Moloque, porque o que o envolve é absurdo em nossa cultura. Mas infelizmente, o princípio que motiva certos comportamentos continuam vivos mesmo hoje.

Deus abomina a adoração a Moloque, deus dos amonitas (povo que surgiu do incesto das filhas de Ló com seu pai - Gênesis 19:31-37). O detalhe é que esse deus dos amonitas não é servido com qualquer tipo de sacrifício. Ele exige sacrifício de crianças, especificamente dos filhos, da descendência, das gerações futuras, dos herdeiros. Para se adorar este deus, era feita uma estátua dele, tendo em seu ventre uma cavidade, na qual se acendia fogo, e ali se jogavam as crianças ainda vivas (geralmente recém nascidas) em sacrifício à ele. Isso realmente é algo muito forte, e infelizmente quero te dizer que ainda hoje, em nossa cultura, este tipo de adoração é mais comum do que você imagina; talvez não literalmente, mas nos princípios que permeiam esse comportamento.

Vamos entender algo sobre a primeira vez que Deus fala sobre Moloque. No capítulo 18 do livro de Levíticos, Deus ensina à Moisés vários mandamentos, sendo que neste capítulo específico, todos são em relação à área sexual: não é permitido relação sexual com a mãe, irmã, tia, animal, e etc, ou seja, perversões. O interessante é que exatamente no meio desses mandamentos, parece que Deus muda de assunto e diz: "Não entregue os seus filhos para serem sacrificados a Moloque. Não profanem o nome do seu Deus. Eu sou o Senhor" (Levítico 18:21); e depois continua o assunto na área sexual.

No capítulo 20 do livro de Levíticos, acontece praticamente a mesma coisa. Nesse capítulo, Deus explica qual é a punição para os que cometem os pecados do capítulo 18. Deus começa exatamente dizendo a punição que vai sofrer quem sacrificar seus filhos a Moloque: "Diga aos israelitas: Qualquer israelita ou estrangeiro residente em Israel que entregar um dos seus filhos a Moloque, terá que ser executado. O povo da terra o apedrejará" (Levítico 20:2 ); e só depois começa a punição em relação aos outros pecados na área sexual. Porque Deus trata no mesmo contexto, dois assuntos aparentemente tão diferentes? Para responder a isso, precisamos compreender como o povo Amonita foi formado e o que os levou a adorar a Moloque.

 A história dos Amonitas começa com Ló, sobrinho de Abraão, quando ele habitava Sodoma. Deus decretou juízo sobre a cidade de Sodoma e Gomorra, ("porque estamos para destruir este lugar. As acusações feitas ao Senhor contra este povo são tantas que ele nos enviou para destruir a cidade". Gênesis 19:13), cidade que se entregou totalmente aos seus desejos, toda sorte de perversões, inclusive sexual. Vamos deixar claro que o conceito de perversão não se trata apenas da área sexual; perversão abrange todas as áreas da vida. A Bíblia relata um pouco como eram os moradores dessa cidade. Deus mandou dois anjos para retirarem Ló com toda sua família daquela cidade, e o povo de lá queria que Ló entregasse os anjos para terem relações sexuais com eles. (Chamaram Ló e lhe disseram: "Onde estão os homens que vieram à sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos relações com eles". Gênesis 19:5 ). Mas o nível da natureza corrupta dos moradores daquele lugar, inclusive de Ló, era tão grande que Ló propôs entregar suas duas filhas virgens para o povo fazer o que quisesse com elas, no lugar dos anjos do Senhor.  (Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si e lhes disse: "Não, meus amigos! Não façam essa perversidade! Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto". Gênesis 19:6-8 ). Os anjos não permitiram que as filhas de Ló fossem entregues, e protegeram Ló e sua família, tirando-os da cidade, a qual foi destruída pelo Senhor logo em seguida.
Depois de ir para uma pequena cidade, Ló e suas duas filhas foram morar em cavernas. Eles não estavam mais em Sodoma e Gomorra, mas a cultura daquela cidade ainda estavam neles. Prova disso foi o que suas duas filhas tramaram contra Ló:
"um dia, a filha mais velha disse à mais jovem: "Nosso pai já está velho, e não há homens nas redondezas que nos possuam, segundo o costume de toda a terra. Vamos dar vinho a nosso pai e então nos deitaremos com ele para preservar a linhagem de nosso pai. Naquela noite deram vinho ao pai, e a filha mais velha entrou e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou. No dia seguinte a filha mais velha disse à mais nova: "Ontem à noite deitei-me com meu pai. Vamos dar-lhe vinho também esta noite, e você se deitará com ele, para que preservemos a linhagem de nosso pai. Então, outra vez deram vinho ao pai naquela noite, e a mais nova foi e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou. Assim, as duas filhas de Ló engravidaram do próprio pai. A mais velha teve um filho, e deu-lhe o nome de Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje. A mais nova também teve um filho, e deu-lhe o nome de Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje." (Gênesis 19:31-38).
Os adoradores de Moloque são pervertidos porque pensam em si mesmos, mesmo que com isso envolvam seus filhos. As filhas de Ló não pensaram em seu pai ou na iniqüidade que estavam agregando para as gerações futuras. Só pensaram em sua vontade de ter um família a qualquer custo e sem a dependência de Deus. Não creram que Deus era capaz de lhes trazer um marido para gerarem filhos, e tão pouco estavam dispostas a esperar (ao contrário de Abraão). Tudo o que queriam era seu desejo realizado naquele momento.

Entendendo como os Amonitas se originaram, com do incesto das filhas de Ló, conseguimos entender porque no livro de Levíticos, Deus trata da adoração a Moloque exatamente no contexto de várias perversões sexuais. Quando Deus fala de relações sexuais ilícitas, Ele está apontando para vontade e desejo obstinado no coração do ser humano, de satisfazer aquilo que está em seu coração, não importando com o próximo, e nem com nenhuma conseqüência. Quando uma pessoa deseja e tem relação sexual por exemplo com a própria mãe, como cita a Bíblia, você acha que essa pessoa está preocupada com sua mãe, ou com o seu pai, ou com qualquer conseqüência que aquilo pode trazer para sua vida ou a de qualquer outra pessoa envolvida? Claro que não, o que importa naquele momento é o seu desejo e vontade realizada, só isso, custe o que custar. Isso é a obstinação na vontade do coração, não se consegue enxergar o outro, somente a si mesmo. E o que isso tem haver com Moloque, e sacrificar os filhos?  O que Deus está falando é que essa obstinação na vontade do nosso coração coloca os nossos filhos, nossa descendência, as futuras gerações em risco a ponto de destruí-los. A obstinação da vontade humana se torna tão grande, que ele não se importa se a conseqüência da sua vontade realizada, é a destruição de seus próprios filhos.
Em Isaías 57 Deus fala exatamente sobre essa cultura de Moloque dos amonitas para o povo de Israel, e olha só o que Ele diz no versículo 5: "Vocês ardem de desejo entre os carvalhos e debaixo de toda árvore frondosa; vocês sacrificam seus filhos nos vales e debaixo de penhascos salientes. "
É isso que Deus está dizendo: a cultura de viver para nós mesmo, a cultura da obstinação do desejo do nosso coração sacrificam nossos filhos.
No capítulo 7 do livro de Atos, os líderes religiosos da época prenderam Estevão após tramarem dizendo que ele estava blasfemando, sendo isso mentira. Então o sumo sacerdote pediu explicação à Estevão sobre aquelas acusações. Em defesa Estevão fez uma explanação desde Abraão até os profetas dizendo tudo o que Deus fez pela nação de Israel e toda obstinação do povo em não seguir ao Senhor, e sim suas próprias vontades. Em meio a explanação, diante de tantos deuses que o povo de Israel seguiu em sua obstinação, Estevão cita no versículo 43 exatamente o deus dos amonitas, Moloque:
"Ao invés disso, levantaram o santuário de Moloque e a estrela do seu deus Renfã, ídolos que vocês fizeram para adorar! Portanto, eu os enviarei para o exílio, para além da Babilônia."
Ainda nesse contexto Estevão expõe a explicação de Deus de porque o povo agia dessa forma, até ao ponto de destruir sua própria descendência, seus próprios filhos:
"Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo!" (Atos 7:51)

Esse é o motivo do povo de Israel chegar ao ponto de mesmo conhecendo ao Senhor e seus mandamentos, seguir o deus Moloque, e entregar seus filhos em sacrifício a ele. A obstinação da vontade do coração!

Um dos reis de Judá, o rei Acaz chegou a esse extremo. Sua obstinação pelos seus caminhos foi tão grande, que ele mesmo sacrificou alguns de seus filhos no fogo. ("Queimou sacrifícios no vale de Ben-Hinom e chegou até a queimar seus filhos em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas." 2 Crônicas 28:3).
O Senhor explica porque Acaz chegou a esse ponto de sacrificar seus próprios filhos. A Bíblia diz que Acaz era um rei mal aos olhos de Deus. Por causa de todas abominações que cometeu inclusive a citada anteriormente, o Senhor entregou ele e a nação de Judá nas mãos de um de seus inimigos, o rei da Síria (2 Crônicas 28:5). Mas Acaz era tão voltado para si mesmo que em vez de refletir sobre seus caminhos, sobre a obstinação do seu coração ele teve uma idéia: se dispôs a sacrificar aos deuses do rei da Síria, do povo de Damasco que o havia derrotado, pois pensou que como esses deuses estavam ajudando seus inimigos, talvez se ele sacrificasse à eles, ajudariam ele também. (2 Crônicas 28:23). O que ele quis dizer com essa atitude era que ele estaria disposto a fazer o que fosse preciso para que o seu reinado, seus planos, sua vontade não fosse perturbada, e que se realizasse como propôs no seu coração, não importando o como e nem as conseqüências. Por isso ele chegou ao ponto de sacrificar seus filhos no fogo, ou seja, à Moloque.


O triste disso tudo, é que essa cultura, essa adoração ao deus dos Amonitas existe ainda hoje, e em muitas de nossas vidas. Quando nós escolhemos por nós mesmos, por satisfazer as nossas vontades e desejos a qualquer custo, sem se preocupar com ninguém, nem com conseqüências, colocamos a nossa descendência, a próxima geração, nossos filhos em sérios riscos de destruição. Vou citar alguns exemplos de como fazemos isso, e a maioria das vezes nem percebemos. Fazemos isso por exemplo quando colocamos nossa família no carro, e dirigimos embriagado, porque não aceitamos pegar um táxi com a família ou abrir mão da bebida nem pelo fato de dirigir depois. Quando não aceitamos abrir mão de vícios como por exemplo o cigarro, durante a gravidez e infância dos filhos. Pais que escolhem pelo aborto porque decidem pelo próprio benefício. Mas esses são apenas exemplos que podem chegar realmente à morte física, mas os sacrifícios de nossos filhos vão muito além disso.
Dentro da obstinação da nossa vontade, que destrói nossos filhos, existe também o abandono. Famílias que se desfazem porque não conseguem abrir mão de seu ego, seus prazeres, suas vontades, não conseguem amar, sofrer o dano, perdoar, pedir perdão, se sacrificar em prol daqueles que amam, e abandonam seus filhos, permitindo que se tornem órfãos não só de pais e mães, mas também de referências. São crianças adotadas pela orfandade, pelo abandono. Importante entender que não é necessário haver separação física da família para haver esse abandono. À medida que escolhemos por nós mesmo, estamos sacrificando aqueles que estão à nossa volta, principalmente família e filhos.
Pais extremamente carentes, que criam os filhos para satisfazer suas debilidade emocionais. Pais ausentes e omissos, pois preferem continuar suas vidas como tinham planejado, do que gerar segurança, educação, princípios não só de palavras, mas principalmente de comportamento (que os filhos vêem todos os dias).  
Existem muitos outros exemplos, e você mesmo deve saber de um. A verdade, é que vivemos em uma geração que vive para si mesmo, obstinada naquilo que está em seu coração, para satisfazer seus desejos e vontades, e isso está destruindo a nossa descendência, a próxima geração, nossos filhos, de diversas formas, podendo chegar até a morte física com certeza. Uma geração que confessa Deus como Senhor de suas vidas e famílias, mas na prática, oferece todos os dias seus filhos em sacrifício a Moloque, porque julgam que não vale a pena abrir mão de seus interesses promíscuos, perversos, corruptos e egoísta por aqueles que Deus colocou em nossas mãos, nossos filhos.

"Construíram o alto para Baal no vale de Ben-Hinom, para sacrificarem a Moloque os seus filhos e as suas filhas, coisa que nunca ordenei, prática repugnante que jamais imaginei; e, assim, levaram Judá a pecar". Jeremias 32:35

O que Deus está querendo nos ensinar é que os interesses da família são a frente dos nossos, mesmo que isso sacrifique muitas das nossas vontades, e que não traga nenhum benefício próprio aparente. Exatamente como o próprio Deus, que nos amou primeiro através de seu Filho.

Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
https://renovacaodopensamento.blogspot.com.br/


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