“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.”
(Provérbios 22:6)
Sabemos que quase todas as características que teremos em
nossa vida, como: personalidade, caráter, princípios, convicções, crenças e
etc, são formadas durante nossa infância e adolescência; principalmente como
fruto daquilo que vivemos em casa, ou seja, na família, no ambiente de
“segurança”, de “referencial”. Salomão nos ensina um princípio: “Ensina o teu filho o caminho que deve
seguir, e mesmo com o passar do tempo não se desviará dele” (Pv. 22:6). Isso
significa que seja qual for o caminho que os pais ensinarem aos filhos, estes
não se desviarão dele, nem com o passar dos anos, e isso serve para caminhos
bons, como os caminhos do Senhor, ou caminhos maus.
A cultura familiar,
cultura dos pais, comportamento, princípios etc, tanto os bons, como os ruins
são absorvidos pelos filhos como uma esponja. Quando Salomão nos deixa o princípio
de ensinar nossos filhos o caminho, esse ensino não é através de palavras
somente, mas principalmente pelo exemplo. Não adianta falar (só adianta se for
coerente com o que a pessoa vive), os filhos vão aprender o que eles estão
vendo. É por isso que vemos tantas situações em que os filhos repetem tanto as
coisas boas como as más que os pais praticam. Repetem por esse ser é o lugar
comum para eles; foi o que eles viram e aprenderem desde a gestação.
Nos livros de Reis e Crônicas na Bíblia, vemos os reis
repetirem os comportamentos iníquos de seus pais, e conseqüentemente repassarem
aquilo para os seus filhos e para o povo de Israel. Os reis repetiram os erros
de seus pais pela falta de referencial próximo a eles quando seu caráter estava
em formação.
Isso se vê de diversas formas em nossas vidas, por exemplo:
pense no filho que viu a vida inteira o pai (ou a mãe) alcoolizado, sair dirigindo
com a família toda dentro do carro, colocando-os em risco. Esse filho não
terá muita dificuldade de fazer o mesmo com sua futura família, não por maldade,
mas por causa do que ele aprendeu com seu pai. A mensagem que o pai desse filho
deixou em seu coração, é que é mais importante a diversão do que a segurança da
sua família. Na maioria das vezes isso é absorvido de forma inconsciente.
Quando adulto, o filho até tenta fugir desse comportamento, tem consciência de
que isso é ruim, mas esse é o seu único e mais forte referencial, o pai (ou
mãe), portanto não sabe se comportar diferente (nunca viu dentro de casa um comportamento
diferente). Então pode até não se manifestar da mesma forma, como no exemplo
acima, mas ele colocará a família dele em perigo, em segundo plano em
detrimento de sua diversão, exatamente como seu pai fez.
É importante de entender, que não necessariamente a cultura
transmitida significa um comportamento repetido literalmente, mas sim uma forma
de pensar que se repete. Neste exemplo, o ensinamento não é colocar a família
em perigo dentro do carro com o pai (ou mãe) bêbado, mas sim o egoísmo transmitido,
a iniqüidade transmitida neste caso, é a forma de pensar de que seus interesses
estão à cima da segurança e bem estar da família.
Outro exemplo são os pais que nunca estão disponíveis para
os filhos, seja por excesso de trabalho, estudo, atividades religiosas, lazer,
televisão, jornal e etc. Esses filhos um dia cansarão de tentar acesso aos pais
e entenderão que todas essas outras atividades são mais importantes do que eles.
Quando crescerem e tiverem suas famílias muito provavelmente se tornarão pais
egoístas e desatentos à família, pois é o referencial que viram durante toda a
vida. Vão entender que família não é tão importante quanto as outras coisas da
vida.
Os pais, que acreditam que a família só precisa do seu
dinheiro, ensinarão aos seus filhos, de forma inconsciente, que não é preciso
ter compromisso emocional, educacional, de segurança, basta apenas trabalhar
dia e noite para colocar dinheiro em casa e assim por diante.
Os pais, que acreditam que não precisam de ninguém, têm a
tendência de não aceitar ajuda. Seus filhos farão de tudo na vida para não
precisar de ninguém, e com isso se tornarão orgulhosos.
Nossos filhos são à nossa imagem e semelhança. A filiação
está associada à imagem dos pais nos filhos, e não é possível fugir desse
princípio, quer essa imagem (referencial) seja boa ou ruim. Cristo veio revelar
o Pai, para que tenhamos o referencial perfeito, a Imagem perfeita e então
possamos nos tornar a Sua semelhança, ou seja, sermos parecido com Deus (e não
igual). Mas, a todos quantos o receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome (João 1:12). Deus sempre
quis que o homem fosse sua Imagem e Semelhança (Gn 1:26).
Quando Jesus veio em carne, Ele disse que só falava o que o
Pai falava, e só fazia o que via o Pai fazer. “Jesus lhes deu esta resposta: "Eu lhes digo verdadeiramente que o
Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer,
porque o que o Pai faz o Filho também faz.” (João 5:19). Ele mesmo disse que quem O via, via também o Pai. “E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.” (João 12:45). Aí está o
princípio que Salomão nos ensinou, Jesus aprendeu com o Pai o caminho que devia
seguir, e não se desviou dele.
Infelizmente, não temos consciência de muitas de nossas estruturas
de pensamentos e comportamentos fora dos princípios de Deus, pois se tornam amalgamados
à nossa cultura. Mas é possível sair desse ciclo, que tende a se perpetuar e
aprisionar, a nós e a nossa descendência. Existe uma Luz, para expor toda essa
iniqüidade oculta.
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
Cristo disse: O Reino de Deus é chegado! Ele é o Rei desse
Reino, e esse Reino possui uma cultura, uma nova forma de pensar, de se
relacionar, de viver. Cristo nos revelou como funciona esse Reino, e é muito
diferente da cultura desse mundo. (Nos outros posts falo mais sobre essas duas
culturas). Por isso Apóstolo Paulo nos disse para não sermos conformados com
esse mundo, com a forma de pensar desse mundo, tanto dentro do âmbito macro,
como no âmbito familiar, mas que sejamos transformados pela renovação do nosso
entendimento, para entendermos os verdadeiros princípios, fundamentos e
comportamentos que permeiam a vida, os relacionamentos, a família.
A Palavra de Deus diz que quanto mais O conhecermos, seremos
transformados de Glória em Glória à Sua imagem. “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a
glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como
pelo Espírito do Senhor.”(2 Coríntios 3:18). Apenas a Luz de Cristo pode nos mostrar essas
iniqüidades, é a única forma. Sem essa luz, sem essa exposição nunca enxergaremos,
pois é algo tão incrustado em nós, que confundimos com nós mesmos. Conhecer a
Cristo é um caminhar paralelo com o se conhecer. É impossível estar exposto à
luz dos princípios e fundamentos da Cultura de Cristo e essa luz não iluminar o
nosso coração. É nesse momento que ocorre o confronto de culturas, onde aquilo
que é iniqüidade vem à luz, e então poderemos nos tornar livres de toda cultura
e comportamento que nos aprisionam, ferem e machucam, tanto a nós mesmos como
as pessoas com quem convivemos, principalmente nossa família. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” (João 8:32)
Por mais que nossos pais falhem em alguns referenciais, nós
temos um Pai que se revela em
Cristo. Nele podemos ser livres para sermos o referencial de
Deus para nossos filhos, e para o mundo. Cristo é a própria cultura dos filhos
de Deus. Essa cultura é ser Cristo na nossa família e na vida.
Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
https://renovacaodopensamento.blogspot.com.br/
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