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sábado, 3 de julho de 2021

O que eu ganho com isso?

Como vimos no blog anterior, a cultura da competência causa danos profundos na vida das pessoas, como a perda de identidade e propósito. Isso por si só já é algo terrível, mas há ainda outra consequência dessa cultura: a perversão nos relacionamentos.

Quando Lúcifer pensou que seu valor estava no que fazia, creu que deveria ser tratado e reconhecido segundo sua competência, segundo o que julgou merecer, segundo sua vaidade. Com isso, ele foi o primeiro a instituir a prostituição na relação, ou seja: a relação a partir da troca do que se tem a oferecer pelo benefício que acha que merece (prazer, reconhecimento, honra, retorno financeiro, seguidores, exaltação, direitos, correspondência às suas reivindicações e etc). Esse é o comércio que se achou no coração de Lúcifer. “Por meio do seu amplo comércio, você encheu-se de violência e pecou.” (Ezequiel 28:16)


A partir disso, podemos entender que o princípio da prostituição é muito mais amplo do que uma mulher ou homem que recebe dinheiro em troca de relação sexual. A prostituição está em TODO relacionamento que tem por fundamento receber o benefício, o reconhecimento, a recompensa, o que o outro tem para oferecer. Ou seja, a pessoa só entrega o melhor dela, as virtudes e compromissos se o outro lhe der algo proporcional em troca (segundo suas expectativas pessoais). Se não for assim, é então gerada uma dívida ou rejeição em relação ao próximo. Tudo isso nada mais é do que vaidade.

Quem vive debaixo do princípio da prostituição está sempre muito frustrado, porque nunca se vê reconhecido e retribuído segundo o que acha que merece. Essa frustração gera muita dor, ressentimento e amargura, afundando-se cada vez mais. É a dor do orgulho ferido, da vaidade não atendida. Há ainda aqueles que se frustram também por nunca conseguirem atender as reivindicações de reconhecimento e retribuição que outras pessoas cobram, fermentando frustração e amargura em seu coração.

O princípio da prostituição está em todas as esferas da sociedade. É um dos grandes catalisadores de discórdia entre os irmãos, algo que o Senhor abomina e detesta. “Há seis coisas que o Senhor odeia, e uma última que ele simplesmente detesta: olhos arrogantes, a língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que só pensa em fazer o mal, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que profere mentiras para prejudicar alguém, e o que espalha discórdia entre irmãos” (Provérbios 6:16).

Mas é na família que este princípio causa maior estrago. Muitas famílias são destruídas por viverem debaixo desse fundamento da expectativa, do benefício e do reconhecimento (prostituição). Muitos homens, na verdade, não se casaram para formar uma família em compromisso e amor, e sim para satisfazer seu ideal de ter uma “mulher hollywoodiana”, satisfação sexual plena e ser tratado por sua esposa exatamente como sua mãe o tratava. São homens que já se casaram atribuindo um preço por seu amor, fidelidade e compromisso; e quando por qualquer motivo pensam não ter mais aquilo que era a base do seu casamento, sentem que não estão sendo reconhecidos e pagos (recompensados) à altura do que julgam merecer, e então não pensam duas vezes em se separar.

Muitas mulheres, na verdade, também não se casam para formar uma família e lutar junto para construir a vida, mas sim, casam com seu ideal de ostentação e reputação de um homem bem sucedido profissionalmente / financeiramente ou até famoso. Não importa se o marido tem caráter e nem como ela é tratada por ele. Só se importa se ele oferece todas as comodidades que seu coração deseja. Inclusive, algumas dessas mulheres tratam mal seu marido, o difamam para as amigas / família e às vezes até lhe nega a intimidade quando este não lhe dá ou faz aquilo que ela deseja. Quando por qualquer motivo sente que o preço estabelecido para tê-la não está mais sendo pago, também abandona sua família em busca de alguém que lhe pague adequadamente por aquilo que ela oferece.

Filhos são rejeitados e destruídos por causa dessa cultura da prostituição. Muitos casais hoje nem querem tê-los, pois não vêem nenhum benefício nisso. Só os enxergam como aqueles que deformam o corpo da mulher, roubam sua carreira e lhes trazem prejuízo financeiro. Já entre os casais que desejam ter filhos, muitos deles já deixam bem claro desde o início, que só vão se sentir plenamente realizados (pagos, recompensados) se o filho for do sexo desejado (Isso pode parecer pequeno, mas não é. Existem filhos extremamente feridos por causa disso). Há ainda pais que imputam dívidas eternas aos filhos, impondo fardos e reivindicações enormes como recompensa (pagamento) por todo o “sofrimento” que foi para cuidar deles, e quando estes filhos não atendem suas reivindicações são rejeitados e difamados. Como consequência, há filhos adultos com feridas profundas de rejeição causadas pelas reivindicações de seus pais.

Perversão e prostituição estão tão entranhadas em todas as esferas de relacionamentos, que até mesmo com Deus nós tentamos nos prostituir. Só porque temos uma vida moral aceitável socialmente, vamos à igreja, dizimamos, ofertamos, oramos, jejuamos, e até nos envolvemos em algum ativismo religioso, achamos que temos algum direito diante de Deus. Então, na primeira situação difícil ou frustrante, jogamos tudo isso na cara d’Ele, reivindicando os benefícios e o poder de Deus como se Ele nos devesse algo. Muitas pessoas ficam amarguradas com Deus e até O abandonam por causa disso, pois obviamente o Senhor não se corrompe com nosso coração pervertido.

Tudo isso é prostituição! Para Deus não há diferença entre a prostituição física e essa (cultural). Esses são poucos exemplos de relacionamentos com base na conveniência, no benefício, no que se tem para oferecer, na expectativa do reconhecimento, no interesse próprio. Isso não é amor, é prostituíção, é vaidade, e está destruindo as famílias, as relações, as gerações e as amizades.

O amor não é assim. O amor não busca o próprio interesse. O amor não busca o benefício próprio. O amor assume o compromisso. O amor ama primeiro, vai na frente, se entrega primeiro, sem interesse, sofre o dano se for preciso e sempre sem ressentimentos. Só o verdadeiro amor pode redimir as relações e consequentemente as famílias dessa perversão terrível.

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)

Cristo é o nosso referencial de amor. Ele é aquele que entregou tudo, literalmente entregou sua carne e seu sangue sem nenhum interesse, sem pedir nenhum benefício em troca, nem mesmo pediu para ser amado como retribuição de Seu amor. Ele não nos gerou dívida, não nos fez devedores de nada, muito pelo contrário, Ele pagou toda dívida que era nossa. Somos livres, inclusive para rejeitá-Lo. Se Jesus esperasse algo em troca, seja antes ou depois d’Ele morrer na cruz, não seria amor.

“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10)

Jesus é o primogênito, ou seja, Ele é o primeiro dos filhos de Deus, e nEle está o testemunho de como um filho de Deus se comporta. Então o testemunho do amor de Jesus não é simplesmente para ser contemplado, como quem fica maravilhado por ser tão amado por alguém. Mas o Seu amor é referência para que sejamos como Ele, e amemos como Ele, ou seja, sem interesse, sem vaidade, sem reivindicações, porque se houver um mínimo que seja de interesse, já não é amor.
“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos 8:29)



Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
https://renovacaodopensamento.blogspot.com.br/

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