Uma das coisas mais importantes na vida de um cristão é ter uma fé fundamentada em princípios. Por isso o Senhor nos deu a sua Palavra, para que tenhamos firmeza em nossa caminhada e fundamentos sólidos na construção do nosso propósito. Como já dito em outras postagens aqui no blog, muitos desse princípios se perderam ou foram distorcidos por vários motivos.
Com o princípio da santificação não foi diferente. Hoje quando se fala em santificação, já vem à mente aquela pessoa perfeita, religiosa e que não faz nada de errado, separada do mundo, basicamente um anjo sobre a Terra. Imaginamos que santidade é para se ter uma boa reputação diante de si mesmo e das pessoas e também para agradar à Deus e ser aceito por Ele.
Porém, santificação não é isso, caso contrário uma pessoa religiosa, em perfeita separação de tudo e todos, seria santa, mas não é, porque a santificação tem haver com as relações. A santificação é eu me separar de tudo o que pode me roubar e corromper na relação com meu próximo, para que eu possa estar inteiro para ele, e não em função de mim mesmo. Santificação não tem haver comigo, mas na forma como meu pensamento e/ou comportamento fere ou não os relacionamentos.
Essa foi a diferença da “santidade” dos fariseus e a santidade de Cristo. Os fariseus eram “santos” só pela reputação de serem melhores do que as outras pessoas, e por causa disso se sentiam privilegiados diante de Deus e das pessoas, ou seja, eram voltados para si mesmos. Por isso, Jesus os chamou de sepulcro caiado (Mateus 23:27), pois até tinham uma aparência de santidade, mas por dentro não se importavam com ninguém, só consigo mesmos, eram egoístas.
Já Cristo, também se separou, não simplesmente do pecado, mas até mesmo do direito legítimo de viver como Deus (Filipenses 2:5-9), para que através da sua obediência e manifestação de sua Natureza, deixasse de ser somente o Unigênito de Deus, mas passasse a ser também o Primogênito do Pai, o primeiro de muitos irmãos (Romanos 8:29). Em sua santidade, Cristo compartilhou conosco sua Natureza, sua própria carne e sangue para nos dar a oportunidade de desfrutarmos com Ele da paternidade do Pai (João 1:12). Ou seja, a sua santidade não foi para si mesmo, não visava seu próprio benefício e reputação, mas sim nos redimir, salvar e reconciliar com o Pai.
Isso é santificação. É enxergar as pessoas. A santificação não é para nós mesmos, e sim para as pessoas. A santificação é eu abrir mão de tudo aquilo que me corrompe e me perverte, para que isso não me impeça de amar e me comprometer com as pessoas, e para que isso não me leve a feri-las de qualquer modo que seja.
Assim, por exemplo, um homem se separa da pornografia porque entende que aquilo vai ferir sua esposa, vai fazê-la se sentir muito mal de diversas formas. Então, ele abre mão do seu prazer individual, para viver apenas o prazer compartilhado com aquela que ele assumiu o compromisso. Isso é santificação.
Uma esposa se santifica quando assume o compromisso de amar e respeitar seu marido todos os dias, deixando de viver de forma independente, dona de si mesma, de impor sua vontade em detrimento da família. Por exemplo: a esposa se santifica quando protege seu marido e sua família da interferência de seus próprios pais (pois isso é uma desonra enorme para o marido), e se preciso for, até mesmo diminui a convivência e leva menos informações de sua casa para eles. Sendo assim mulher honrada, não somente para si, mas para dar testemunho para sua família.
Um pai e uma mãe se santificam quando abrem mão de comportamentos egoístas para cuidarem e ensinarem seus filhos, sendo testemunho vivo para eles. Por exemplo: pais que por amor e compromisso com seus filhos, preferem se separar de certos lazeres para ficar com eles, do que deixá-los com avós, tias, babás e etc para poderem se divertirem de forma egoísta, sozinhos e em “paz”.
Assim, podemos ser testemunho de uma verdadeira santidade, prática, que promove, protege e salva nossa família e nossos irmãos, e não uma falsa santidade, baseada na aparência e que promove apenas nossa reputação.
Cristo se santificou, não para si mesmo, mas para que n’Ele pudéssemos conhecer o Pai e nos reconciliar com Ele, e assim nos tornar filhos de Deus, do qual Cristo é o Primogênito.
Da mesma forma, hoje temos como propósito nos santificar, não para nós mesmo, mas para que outros também conheçam o Pai pelo nosso testemunho de filhos de Deus. A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus (Romanos 8:19)
Geraldo Júnior e Valéria Morais
Transformados pela Renovação do Pensamento
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